Maestrelli e Clécio comemoram o primeiro título (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Custou, mas Maurício Neves enfim teve a chance de sentir hoje o gosto de ser campeão do Rally dos Sertões. O piloto curitibano, que correu ao lado do navegador Clécio Maestrelli, chegou a estar bem perto do título em 2004, porém foi vítima de uma fatalidade na penúltima especial do rali. É claro que aquele momento foi triste, mas ficou para trás. Dei a volta por cima. Este foi o rali mais difícil que já disputei e estou orgulhoso de ter vencido, comemora.
Neves realizou uma participação irrepreensível no Sertões 2007. Venceu o prólogo e as duas primeiras especiais, as mais duras e preocupantes para os carros. Nessas especiais, ele marcou o melhor tempo de todas as categorias. Depois, andou no bloco de cima, mantendo a vantagem e administrando o tempo obtido com tamanha desenvoltura entre Goiânia e Palmas, no Tocantins. Na especial de hoje, a dupla terminou na quinta colocação, com 1h09min39.
Na campanha de 2004, ele e o então navegador Émerson Cavassin tinham desempenho parecido. Porém na penúltima etapa, em Barreirinhas, a tração dianteira do carro deles quebrou logo nos primeiros cinco quilômetros. Andamos o resto da especial em 4×2 e com isso atolamos cinco vezes, relembra Neves, que chorou copiosamente na oportunidade, após a linha de chegada, dentro do carro.
O piloto, que também é chefe de equipe e corre a Mitsubishi Cup e o Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade, não conseguia se conformar com a perda do título tão próxima do fim na etapa seguinte, a especial continha apenas 32 quilômetros. Perdemos no finalzinho.
A carreira – O título do Sertões conquistado hoje consagra 21 anos de luta do curitibano na velocidade. Em 1986 ele começou como preparador em campeonatos de arrancada. De 1990 a 93, Neves passou pelo Marcas Estadual. A partir de 1994, o piloto iniciou sua fase européia, com o Campeonato Europeu de Fórmula Opel.
De 1995 a 97, ele participou pela equipe Durango Fórmula de dois campeonatos: o Europeu e a Fórmula 3000. A aventura no exterior terminou em 1998, quando o amigo Rafael Túlio insistiu em levá-lo para o Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade. Além de preparar o carro, fui também seu navegador. O carro era competitivo logo de cara, conta.
Em 1999, ele começou a competir como piloto na terceira etapa do Brasileiro com um Mitsubishi Colt emprestado pela Maria Antonieta. Venci as duas etapas realizadas, na categoria N3 e na geral. Neste mesmo ano, venci nove de dez etapas disputadas na N3. Antes de ingressar no Sertões e no Mitsubishi Cup, ele ainda fez campanhas medianas no Brasileiro de Velocidade de 2000 e 2001.
Este texto foi escrito por: Redação Webventure