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Após três anos, brasileiros vencem no X-terra

Redação Webventure/ Biking, Corrida de aventura

Galindez ficou em segundo (foto: Divulgação/ Tico Utiyama)
Galindez ficou em segundo (foto: Divulgação/ Tico Utiyama)

Direto de Angra dos Reis (RJ) – Após três anos de edição no Brasil, o Nissan X-Terra Global Tour têm atletas brasileiros no lugar mais alto do pódio. Disputada na manhã o último sábado (14) em Angra dos Reis, na região da costa verde fluminense, o triathon cross-coutry teve a vitória do brasiliense Alexandre Manzan e da paulista Carla Prada.

“Isto é a primeira vez que acontece e todos nós estamos muito felizes, afinal de contas organizamos o evento e sempre os gringos vêem aqui e sobem no lugar mais alto do pódio. Mas somos todos brasileiros e ver os brazucas na primeira colocação é muito legal”, afirma o simpático organizador do evento, Bernardo Fonseca.

Para quem competiu em Angra dos Reis no ano passado na etapa do X-Terra Regional, criou-se certa previsibilidade para a prova deste ano. O regional era uma forma de o atleta treinar para a etapa internacional que era disputada em Ilhabella, litoral de São Paulo. Esta etapa era considera por muitos estrangeiros como uma das mais duras de todo calendário mundial.

Então, para acabar com a idéia de ser uma prova menos “penosa”, a organização prometeu algumas surpresas.

E que surpresas! – Primeiramente os atletas profissionais chegaram a bordo de uma pick-up para a largada, que foi dada às 10h da manhã. Os atletas seguiram então para 1,5 quilômetros de natação em um mar calmo e com águas à temperatura muito amena. Nenhum triatleta optou pelo o uso de roupa de borracha.

As outras surpresas não foram tão cordiais, ao menos aos olhos dos participantes. Para dificultar principalmente os nove quilômetros de corrida, foram criados poços de lama, que eram verdadeiros “sumidouros”. Em dois pontos da prova havia um grande buraco cheio de lama que ia até a linha da cintura dos atletas. No primeiro, houve até uma rota alternativa para quem não quisesse se sujar na lama, mas acrescentava-se cerca de 600 metros ao percurso.

Muitos dos atletas que se aventuraram no “sumidouro”, entenderam ao pé da letra o porquê do nome e tiveram os seus tênis “sugados” pelo barro do buraco.

O vendedor da prova, Alexandre Manzan, completou a prova com o tempo de 2h14min10. “Estava bem atrás do Galindez, mas forcei o ritmo na corrida e quando entrei no “sumidouro” resolvi tirar o tênis, mas tive disposição de ir atrás e consegui ultrapassá-lo. Hoje foi um dia realmente muito legal para mim”, comentou o atleta.

O argentino Oscar Galindez, saiu bem da água e fez a parte da bike muito forte. “O Alexandre Manzan veio em uma corrida muito firme, regular e me passou por volta do km 6. Apesar de não ter completado o Ironman em Florianópolis devido a não ter me sentido bem, uma prova como essa magnitude faz com que o atleta precise de pelo menos três semanas para se recompor e eu estou neste período. Mas o Manzan mereceu ganhar hoje, pois ele estava em um ritmo muito bom. Quando ele me passou, eu até tentei acompanhá-lo, mas logo vi que ele estava muito inteiro, fiquei no meu ritmo e estou muito feliz pelo segundo lugar”, comentou o atleta, que terminou a prova com 2h18min36.

Mas a lama não foi o único desafio dos atletas: havia verdadeiras ladeiras no meio da mata. Muitos trilhos foram abertos nas encostas, tornando-as escaláveis.

“Tinha subidas que só de olhar desanimava. Eu olhava de um lado para o outro para ver se a organização havia disponibilizado cordas para a empreita, mas só via mato e muito barro. Então tinha que respirar fundo e ir nas pernas, com muita cara e coragem”, relata o atleta amador Felipe Tambasco.

Além de todas essas “surpresinhas” da organização, São Pedro resolveu dar uma mãozinha e abriu as torneiras no começo da noite de sexta-feira. Não foi uma chuva muito forte, mas suficiente para deixar toda a trilha enlameada, principalmente perto e dentro das matas, que já são por natureza muito úmidas. Isto se observou tanto na bike como na parte técnica da corrida.

Hoje o pneu poderia fazer toda a diferença na bike. Quem veio no ano passado e viu o piso duro, optou por usar pneus semi-slick, sem muito grip para render mais, contudo não se pedalava na parte técnica da prova. Quem usou pneus com um pouco mais de travas passou bem pelas trilhas cheias de barro.

O norte-americano Brian Smith, terceiro colocado no Mundial de 2007 no Havaí e atual campeão do X-Terra Winter World Champ, gostou muito da prova brasileira. Andou muito bem especialmente na parte da mountain bike e completou a prova em 2h22min48.

Feminino – Quem também está muito feliz é Carla Prada, que hoje ganhou a prova com o tempo de 2h58min57. Mas essa vitória teve um sabor especial, pois ela teve uma lesão no joelho esquerdo no ano passado, justamente no treino etapa do X-Terra em Ilhabella, e estava há nove meses se reabilitando.

A segunda colocação ficou com Barbara Bonfim, que fechou a prova atrás da líder com quase dois minutos de diferença minutos. E em terceiro lugar, a argentina Mara Solidade Omar com 3h06min26.

Na noite deste domingo (15) ocorre o Fila Trail Run, onde mais de 500 participantes correrão nove quilômetros em um circuito diferente do triathon. As estradas serão iluminadas por tochas e todos os corredores receberam uma lanterna para a cabeça. Um charme a mais para a competição.

Depois de finalizada a corrida haverá a X- Party, festa de confraternização de todos atletas. E amanhã será a vez da criançada no Nissan X-kids. Nesta prova, os pequenos competem em um mini-circuito onde enfrentam obstáculos criados com intuito de representar algumas das dificuldades que existem no oficial, só que proporcional ao tamanho deles.

Este texto foi escrito por: Glácio Peron, especial para o Webventure

Last modified: junho 15, 2008

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