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Aprenda a escolher o remo

Redação Webventure/ Rafting e canoagem

Lendel. (foto: Arquivo pessoal)
Lendel. (foto: Arquivo pessoal)

Com a expansão da canoagem nas corridas de aventura e a busca por performance, dá-se maior importância a escolha do remo, mas muita gente ainda se importa demais com o material de que é feito este equipamento e esquece de fatores importantes como o tamanho, a escolha da pá e a angulação.

Uma das magias da canoagem é permitir variações – por isto existem até caiaques a vela -, então, sem a pretensão de criar padrões definitivos, seguem alguns itens que podem ajudar na escolha de um remo para caiaques de lazer, oceânicos ou ducks.

Para caiaques de águas brancas os critérios variam conforme a modalidade que você deseja, veja no final algumas variações.

Supondo que você já rema corretamente, ou seja, conhece a posição de pegada, o alinhamento da mão com a pá, os momentos da remada (ataque, desenvolvimento, saque e recuperação), altura das mãos e postura dentro da embarcação. Alguns fatores importantes:

Angulação – Evite um erro primário na escolha do remo: pás paralelas. Imagine que enquanto rema com uma pá encaixada na água, a outra está no ar. Se as pás não forem anguladas uma em relação a outra, a que está fora da água além de exercer resistência ao vento força a um novo movimento de torção dos punhos, tornando a remada muito mais cansativa e de menor rendimento. A angulação entre as pás deve ficar entre 60 º e 90º, sendo a mais utilizada a de 80º graus.

Destros e canhotos – Com o remo em pé, a sua frente, e com a pá inferior com a parte propulsora voltada para você, a pá que estiver em cima deve estar com a parte propulsora voltada para o lado direito se for para destros (ou esquerdo para canhotos).

Tamanho – Caiaques oceânicos e ducks são embarcações mais largas e dificultam o desenvolvimento da remada com a pá tão perpendicular como os caiaques de velocidade, o que pede que o remo seja um pouco maior, para compensar.

Meça o remo da seguinte forma: com o remo em pé, na lateral do seu corpo, junte a pá de baixo aos pés e abrace somente com os dedos a ponta da pá que está em cima, este é o tamanho mais adequado para você.

Comercialmente é difícil encontrar remos exatamente do seu tamanho. Então, opte pelo mais próximo dando preferência aos que estejam um pouco maiores. No duck, opte sempre por algo um pouco maior.

As pás quadradas e chatas são as mais vistas por aí, mas são as erradas também. No começo ela servirá, mas com o tempo (pouco tempo, se você gostar de remar), vai querer uma que tenha um desenho mais apropriado a sua remada, por exemplo:

Assimétricos – Este desenho é polivalente, serve tanto para remada em águas tranqüilas, oceânicas ou águas brancas. Não obtém o melhor desenvolvimento em velocidade ou “ataque” (momento de entrada do remo na água), mas são fáceis de remar. É comum o remador iniciante inverter a posição do remo e trabalhar com a pá de cabeça para baixo. Um truque é observar a pá e deixar sempre que a parte mais comprida dela fique para cima.

Existem pás assimétricas, porém um pouco mais estreitas e longas, que não são comuns aqui no Brasil. Se você tiver oportunidade de adquirir um remo com esta pá elas são recomendadas para remadas mais longas em caiaques oceânicos e turismo, principalmente os dotados de leme.

Lendel – É a pá mais usadas por canoístas oceânicos brasileiros, lembra muito o desenho de uma colher. A posição correta segue o truque do assimétrico (a parte mais comprida da pá para cima) e sua área intermediária permite uma excelente força na remada, sem cansar em demasia, como também facilita na hora de utilizar os apoios altos, baixos e lemes.

Rasmussen – Esta pá requer um pouco mais de habilidade no uso. Seu desenho com uma “calha”, na parte superior da pá, torna-se um fator de desgaste se a sua remada não estiver “afinada”, pois as variações de inclinação na remada refletirão na direção do barco.

Desenhada para provas de velocidade e de oceânica, as pás mais largas, que pegam mais água e exigem mais força, são indicadas para provas curtas de velocidade, normalmente em raias. Opte pelas pás mais estreitas para remadas mais longas. A pá rasmussen requer um ataque mais perpendicular, mas rende bem mais.

Material – Se você vai descer corredeiras ou tem pedras no meio do caminho e não quer arriscar ficar sem o remo, opte pelas pás de plástico injetado de alta resistência. Há opções que mesclam inclusive ABS, nylon e fibra de carbono. Normalmente os tubos são em alumínio.

Para remadas de lazer ou oceânicas a fibra de vidro ainda é a solução mais utilizada, pois tem a melhor relação custo/benefício e de peso. Fibra de carbono e kevlar são materiais resistentes, leves e caros. Opte por estes materiais quando já tiver provado e testado outros desenhos e tamanhos de remos e pás, mas não deixe de querer ter um. Quem rema quer sempre remar mais, e 500 ou 600 gramas de alteração no peso em um remo é bastante e significa 50% de diferença.

Muito pouco utilizadas no Brasil, existem ainda os remos de madeira. Bonitos, versáteis e dependendo da madeira, leves. Pedem tratamento e manutenção constante.

Para águas brancas – Caiaques de águas brancas são mais curtos, exigem remadas de manobra mais precisas e ágeis, e por conseqüência remos mais curtos. Em algumas modalidades, como a free-style ou rodeo, encontramos canoístas que preferem as pás paralelas para algumas manobras.

Se você está começando e tem entre 1,50 m e 2 m de altura, pode pegar sua altura em centímetros e aplicar na formula: (1050 + h) / 6 9 e terá um tamanho para o seu remo. Detalhe, 1 ou 2 cm a mais para cima ou para baixo não farão diferença no começo.

Se o seu caso for águas brancas, no começo utilize pás assimétricas com materiais como o plástico injetado, o polipropileno ou ABS, que são resistentes e de custo atrativo.

Este texto foi escrito por: Guto Zorovich, especial para o Webventure

Last modified: dezembro 20, 2004

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