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ARTIGO – Alexandre Freitas: nasci de novo

Artigo escrito por Alexandre Freitas, responsável pela introdução da Corrida de Aventura no Brasil. Ele é organizador do EMA (Expedição Mata Atlântica), uma das maiores provas do mundo. Desde outubro ele está sob cuidados médicos após ser infectado por um parasita durante competição nas Ilhas Fiji. Como diz o título, ele “nasceu de novo”.

“Minha luta pela vida é longa, mas estou confiante da vitória. O apoio dos meus familiares e amigos tem sido importante para a minha recuperação e sei que tenho dado muito trabalho a todos.

A minha história é única: em outubro de 2002, durante uma competição nas Ilhas Fiji, fui infectado por um parasita endêmico da região (angiostrongylus cantonensis), provavelmente através da ingestão de verduras cruas ou peixes mal cozidos. O parasita alojou-se no tronco da medula. Durante dois meses e meio, fiquei inconsciente e permaneci na UTI (primeiro em um hospital na Austrália, depois transferido para o Brasil). Quando acordei constatei que conseguia apenas mexer meus olhos. Nada mais. O fato mais doloroso era que eu tinha consciência das minhas limitações, mas não conseguia manifestar nenhum tipo de reação. Apesar das dificuldades, meu maior tesouro estava preservado: minha consciência.

Hoje sou assistido em casa. Meu quadro atual é de meningite eosinófila: eu não ando, não enxergo as coisas com nitidez, não degluto normalmente e não falo sem o auxílio de uma válvula. Tenho que reaprender a viver. Minha visão foi extremamente prejudicada por uma úlcera de córnea, o que me incomoda muito e, por vezes, retarda o processo de recuperação. Cerca de 95% da sensibilidade humana é representada pela visão. Outro agravante no meu processo de melhora é que dependo de um aparelho para respirar, pois ainda retenho mais gás carbônico (CO2) que o normal. Isto me prende muito, mas sei que em breve deixarei de utilizar a máquina.

Sou uma pessoa bastante determinada, tenho certeza de que vou me recuperar totalmente e, para isso, levarei o tempo que for necessário. Tenho consciência de que sobrevivi apenas por ser uma pessoa de hábitos saudáveis: me alimento corretamente, não bebo, não fumo, não uso nenhum tipo de droga e pratico exercícios diários. Sei, também, que para melhorar, tenho que me esforçar muito, por isso me aplico com afinco aos exercícios de fonoaudiologia e fisioterapia, sem reclamar da dor ou cansaço que eles me causam. Minhas atividades começam às 6h30 e terminam somente às 20h. Por vezes, acordo durante a madrugada para me exercitar sozinho. Já consigo ficar de pé com o auxílio de enfermeiros, tenho sustentação dos músculos, faço exercícios de equilíbrio de tronco.

Acredito que a fase crítica já foi superada. Sei que, agora, minha luta depende muito mais de mim do que dos médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e enfermeiros que me assistem, mas reconheço que ainda necessito deles. Agradeço a todos que, de alguma maneira, têm me ajudado a passar por tudo isto, em especial aos meus pais Henrique e Vera, minha irmã Vera Helena, meus filhos Amanda e Rodrigo, minha esposa Elza, amigos e familiares. Estou determinado a voltar às minhas atividades brevemente”.

A iniciativa de escrever este comunicado foi do próprio Alexandre que, durante uma sessão de fonoterapia, com o auxílio de uma válvula, ditou as principais idéias para a Patrícia Croci, da Sociedade Brasileira de Corridas de Aventuras (SBCA)…

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Este texto foi escrito por: Por Alexandre Freitas/Patrícia Croci