Atletas chegam emocionados no Ecomotion (foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br)
Direto de Jericoacoara (CE) – Cruzar três Estados, remar mais de cem quilômetros, enfrentar temperaturas que chegam a 52ºC no termômetro e que a sensação térmica chega a ser 25% superior a isso, correr dezenas de quilômetros, passar por muitas cidades e fazer outras loucuras não é para qualquer um. Mas loucura mesmo é o que acontece com a cabeça dos corredores de aventura que têm privação de sono por cinco, seis dias e passam pelas mais desafiadoras situações.
Experiente atleta, campeão mundial solo de corrida de aventura e capitão de uma das mais tradicionais equipes do país, Rafael Campos, da Quasar Lontra, foi o sétimo colocado no Mundial de Corrida de Aventura, que terminou para ele nesta quinta-feira (6) em Jericoacoara (CE), após 520 quilômetros e cinco dias de disputa. E sua cabeça começou pirar logo no começo da prova.
No primeiro remo, já no primeiro dia, eu gritava ‘Cuidado com o tronco!’ no meio da canoagem e todos me perguntavam qual tronco, se estávamos no mar. Outras alucinações que tive foi ouvir vozes, ouvir rádios tocando no meio do mar ou do rio, contou o atleta ao Webventure ao chegar em Jeri.
Ele explica que as alucinações são rápidas, ou seja, ele ouve ou vê algo que não existe, insiste que aquilo é real e logo depois ele percebe que não passa de sua cabeça cansada. Aí quando eu via que era alucinações, a primeira coisa que pensava era que estava louco.
Quem é você? – E para piorar, Rafael teve alucinações com seus colegas de equipe, Rodrigo Martins e Tessa Roorda. Eu olhava para eles e não os reconhecia. Achava que era a minha irmã e meu cunhado. E ficava perguntando ‘Tessa é você mesmo, né?’.
Depois de tanta confusão e esforço, a champagne, a bandeira do Brasil no pórtico e os aplausos eram todos reais, inclusive o título de ser uma das dez melhores equipes do mundo era o mais real de todos. As alucinações de Rafael ficaram nas trilhas do Ecomotion/ Pro.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi