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As famílias corujas do Sertões


Heloísa Melo a mãezona do rali (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Direto de Goiânia (GO) – Um rali geralmente passa por ambientes inóspitos e não muito hospitaleiros. Não é o lugar mais apropriado para uma reunião familiar. Mesmo assim ainda é possível encontrar no Rally dos Sertões algumas famílias que fazem de tudo para ficarem juntas, até em situações extremas como essa.

Uma das famílias mais tradicionais do Rali Cross-country brasileiro é a dos irmãos Marcos e Renê Melo, que nesta edição do Sertões competem pela equipe oficial da Troller. Há sete anos a dupla é acompanhada de perto pela mãe, Heloísa Melo, que segue a prova em um motor home.

“Vim a primeira vez para acompanhar meus netos e nunca mais deixei de seguir o rali. Agora não vem mais quase nenhum neto e eu ainda estou aqui”, disse. “Sou bem coruja mesmo, assim que o Renê e o Marcus chegam já está tudo pronto, comida, bebida, roupas limpas”, contou. “Já estamos mal acostumados, se ela não vem é que sentimos falta”, disse Marcus. Com sete anos de apoio em rali, Heloísa já está familiarizada com as técnicas off-road. “Tinha dificuldade em navegar, mas agora já estou craque”, brincou.

Pais coruja – Não são só as mães que acompanham o rali com os filhos. O Cross-country brasileiro tem dois pais corujas que são tradicionais nas provas. Um deles é Ary Kolberg, pai de Klever. “É muito bom ter meu pai aqui comigo, é uma forma de apoio e uma grande oportunidade de estar com ele. Gostaria de trazer meus filhos também, mas são muito pequenos”, disse. “O rali é um pouco egoísta nesse ponto. Família é muito importante e às vezes só percebemos isso quando é tarde”, conclui.

Klever disse que de vez em quando fica meio embaraçoso sair com um pai coruja. “Ele fia meio bravo quando as pessoas não me reconhecem, já paguei alguns micos por causa disso”, brincou.

Outro pai presente nos ralis é Ricardo Vívolo. Ele é o responsável pela entrada do filho, Marcelo, nas provas off-road. “Ele que me apresentou o rali. Comecei navegando para ele e com certeza sem esse começo eu não estaria aqui hoje. É muito bom ter ele por perto”, contou o navegador atual campeão do Sertões.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa