Participar durante uma semana de um evento grandioso como o Rally dos Sertões, passando por várias cidades e convivendo com diferentes pessoas, rende um grande número de histórias e curiosidades. As melhores delas serão contadas a partir de agora.
Na hora do carimbo
Youssef Haddah, navegador Mitsubishi Petrobras
Durante a passagem por um carimbo na primeira especial, inclusive um carimbo que metade do grid foi penalizado e a gente não , estávamos sem rádio e preocupados em não atrapalhar o carro de trás, pois como a gente já tinha tido alguns problemas, estávamos mais lentos.
Na hora que a gente parou, o Guiga estava tão preocupado com o Marcos (Baumgart) que pediu para eu perguntar para o cara do carimbo se estava vindo um carro atrás. Quando eu fui perguntar, o cara veio apavorado e o cartão que ele ia carimbar voou. Aí o cara saiu correndo atrás do cartão e caiu na frente do carro. A última cena que eu vi foi ele sumindo e a gente teve que ficar parado esperando. Então o cara levanta todo empoeirado com o cartão e nisso o outro carro já estava atrás da gente assistindo a toda a cena.
Fugindo da bronca
Tunico Maciel, piloto Honda Mobil
No primeiro dia eu fui tentar forçar muito e levei um tombo e no segundo dia a mesma coisa. Aí no terceiro dia eu passei liso de tombos e o Darinho falou que se eu caísse de novo ele não ia mais me deixar largar.
No quarto dia eu peguei um carro de frente, assustei, freei forte e caí. Cheguei no Parque de Apoio com a moto toda torta e fiquei com medo dele me xingar. Aí eu sentei do lado do Jean e falei: nossa Jean, eu caí de novo. Ele, para me consolar e me deixar sossegado, falou assim: o Dário vai te matar. Aí fui, troquei de roupa e fiquei me escondendo até de noite. Então ele veio falar: você caiu e não me falou nada. Aí eu falei: também, você não me perguntou uai!
Dormindo na especial
Gabriel Varela, pilotode UTV da Divino Fogão Rally Team
A gente vinha na especial no final do quinto dia e era um trecho que tinha sete quilômetros de visual. Aí o meu navegador (gabriel Morales) chega ao fim da especial e fala: cara, posso te falar uma coisa? Eu dormi no fim da especial. Ele ficou pescando e fechando o olho. Já dorme no deslocamento, já é japonês, pô, abre o olho, vai ficar dormindo?
Prêmio de consolação
Andre Sawaya, piloto Bike Box
A sexta etapa foi uma coisa maluca porque a gente largou sem saber se ia largar, o carro estava meio falhando e meio torto por causa do capote que a gente levou no segundo dia. Então a gente estava se arrastando. Eu estava inclusive estava pensando se deveria largar ou só largar, voltar e ir para Aruarama. Então a gente largou sem saber se ia durar 5, 10 ou 200 quilômetros. Fomos indo e eu pensando: vai quebrar mesmo, então vamos acelerar.
Quando chegou ao final, não tivemos nenhum problema sério. Eu mandei uma mensagem para um amigo meu que estava acompanhando o aplicativo e ele falou: está aparecendo em primeiro aqui. E eu falei: não, não é possível. Aí eu e o Daniel ficamos pensando se tínhamos varado algum radar ou cortado sem querer alguma coisa. Esperamos aparecer o tempo no aplicativo e batia com o tempo do cartão, então nós vencemos a especial. Achei que não íamos nem terminar e ganhamos um belo prêmio de consolação.
A turma do fundão
Alexandre Piu, piloto Vendramini Rally
Eu acho muito engraçado a turma do fundão do rally. Porque lá o pessoal para no meio da especial para tirar foto, um está com a planilha quebrada e segue outra pessoa que está navegando. Aí quando ele se anima e se acha no caminho, vai embora. De repente, lá no estradão, você encontra com ele passando na referência. O pessoal que está perdido vai andando junto. Na verdade, a turma do fundão virou uma festa porque ali ninguém está competindo, o pessoal está apenas se divertindo, então é muito engraçado.
Passarinho de carona
Vinicius Gomes, piloto Radial Rally Team
A gente estava no comecinho da especial quando um pássaro saiu voando do mato e o acertamos. Achei que ele tivesse morrido, porque voou pena para todos os lados, inclusive para dentro do carro. Fizemos a especial inteira e quando acabou no km 190 paramos para tomar água. Então veio um senhor e começou a mexer na frente e eu falei: tem um passarinho morto ai neh? Ele falou: não, não está morto não e puxou. Ele levantou o passarinho todo despenteado, o passarinho saiu pulando pela calçada e foi embora..
Carro de apoio X carro forte
Caique, equipe de apoio da X Rally Team
Esse Rally dos Sertões começou em Goiânia quando nós tínhamos um carro a mais de apoio que não deu certo e tivemos que alugar um a mais de última hora. E aí tudo começou a dar errado. Nós tivemos problemas na hora de retirar o carro, fomos atrás de outro e não nos deram o carro que a gente tinha reservado, mas aceitamos aquele mesmo. Saindo da locadora, andamos mais ou menos uns 500 metros e um carro forte resolveu mudar de faixa e acertou nosso carro de apoio. Tivemos que voltar para a locadora e os pilotos já estavam com o tempo para a largada quase estourado. Detalhe: ainda estamos com o mesmo carro alugado e batido.
Roubaram nossas camisetas
Gregório Caselani, Bike Box
Quando nós acordamos em Três Lagoas, alguém da equipe saiu de manhã e disse que tinham roubado todas as camisetas da equipe. Como muita gente estava pedindo uma camiseta nossa na noite interior, achamos que tinham levado mesmo efFicamos sem saber o que fazer. Até que cada um começou a achar uma e no final todas estavam ai e não tinha sumido nada.
Vacas pelo caminho
Adrien Metge, piloto Honda Mobil
Em quase todas as etapas eu encontrei vacas no meio da especial. Na sexta etapa tinha até gente da organização espantando elas. Quando a gente vai chegando perto elas resolvem cruzar a pista. Então eu cheguei à conclusão de que elas querem ver o rally, ou talvez até correr nele
Este texto foi escrito por: Isabela Rios
Last modified: agosto 8, 2015