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As melhores vias para escalada em rocha na Colômbia


Vias diferenciadas da Colômbia (foto: Antonio Paulo Faria)

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A Colômbia tem algumas características que lembram o Brasil, entre elas: o jeito das pessoas que são extremamente receptivas, o clima e mulheres bonitas. Aliás, a porcentagem de mulheres escaladoras parece ser maior que a do Brasil. Entretanto, em se tratando de escalada, difere bastante.

Existem apenas dois lugares com boa concentração de vias: Suesca e Mesa de Los Santos, além de outras áreas com poucas escaladas. A rocha nesses sítios é a mesma, meta-arenito, a exceção é o Penhol que é um mini-Pão de Açúcar de granito com 120 metros de altura, situado em Medellin. Os poucos escaladores colombianos escalam bem e são entusiasmados. Como existem muitas fendas nas paredes de arenito, as vias com proteção móvel são bem difundidas, como as esportivas também. Entretanto, o potencial colombiano para bons sítios de escalada é reduzido ou é desconhecido.

Existem muitas montanhas no país, mas são cobertas por vegetação. As exceções são alguns picos acima dos 4.500 m, a maioria vulcões. A montanha mais alta, e talvez a mais bonita, é Cristoban Colon (5.880 m), que fica no litoral do Caribe. É a montanha litorânea mais alta do planeta! Porém, poucos escaladores a subiram devido a problemas de segurança e pela a dificuldade de conseguir permissão.

Mas existe um outro tesouro no país que é o Parque Nacional do Cocuy, um complexo com mais de 10 montanhas nevadas com várias paredes rochosas de até 700 m. Tem várias chapadas e cânions com neve e geleiras, além de picos de até 5.400 m. Existem algumas vias no Parque, a mais extensa possui 800 m e é toda em rocha, mas há outras que seguem linhas em paredes com neve, gelo e também vias mistas. A região ficou muito tempo sob o controle das FARCs, mas com a expulsão desses narcoterroristas a área vem recebendo um número crescente de turistas e escaladores de muitos países. Aliás, o trekking que circunda as montanhas do Cocuy é um dos mais bonitos da América do Sul.

Visitas – Para quem quer escalar na Colômbia, até o momento existem dois lugares que valem ser visitados. Para vias em rocha, o lugar mais desenvolvido é Suesca, que conta com mais de 300 vias. A maioria possui extensão entre 20 e 30 metros. Poucas possuem 2 enfiadas de corda. Mas a qualidade das vias é excepcional, com boas fendas, buracos e agarras enormes.

O acesso às vias de Suesca se resume à uma caminhadinha plana de umas poucas centenas de metros, seguindo uma ferrovia. Apesar de estar muito próxima dos restaurantes (simples e baratos), tem sempre gente vendendo bebidas e salgados na base das vias. Enfim, é um lugar perfeito para escalador preguiçoso. Tem um guia de escalada sobre a área e também uma loja de equipamentos bem completa, a Monodedo. Em geral, os escaladores de Bogotá são fortes porque existem alguns bons muros de escalada. Grand Pared é o melhor e maior, com negativos de até 50o com cerca de 20 metros.

O segundo sítio de escalada, mais desenvolvido, é Mesa de los Santos, situado em Bucaramanga (10h da Bogotá). Lembra a Chapada Diamantina, na Bahia. Outras áreas de escaladas são: Zipaquirá, que está em desenvolvimento e situa-se a 50 minutos de Bogotá; Machetá (1 h e 20 min de Bogotá), também em desenvolvimento e O Penhol, que fica perto de Medellin. Os colombianos usam o sistema americano, mas não se iluda, uma via de 5.11a equivale a um 5.11c nos EUA. Você pode ser terrivelmente enganado com a graduação das fendas. Eu, que já escalei fendas de 5.11 nos EUA, já passei perrengue nas fendas de “5.9” colombianas.

A Colômbia é um país muito bonito, mas viajar pelas estradas colombianas é muito cansativo. As rodovias são bem asfaltadas, mas são estreitas e extremamente sinuosas por causa das montanhas andinas. Às vezes subimos e descemos desníveis de 3.000 m em apenas uma hora. Para um trecho de 400 km é normal uma viajem de ônibus durar 12h! É preciso muita paciência e cerveja porque esses coletivos param em qualquer lugar para pegar e deixar passageiros que viajam em pé!

Este texto foi escrito por: Antonio Paulo Faria, especial para o Webventure