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Às pressas, Jean vai ao Dakar movido a experiência

Redação Webventure/ Offroad

Cascading é a atividade que consiste na descida de cascatas ou cachoeiras. (foto: André Pascowitch/ Arquivo Webventure)
Cascading é a atividade que consiste na descida de cascatas ou cachoeiras. (foto: André Pascowitch/ Arquivo Webventure)

“Não terei tempo de me preparar, vou fazer um rali pela cabeça e experiência”. Assim Jean Azevedo, um dos pilotos de moto mais premiados do país no off-road, fala de sua participação, a quarta, em um Paris Dakar pela BR Lubrax. Ele venceu o ‘rali da morte’ em 97, na Motos Production, e mais tarde passou a se dedicar ao enduro. Não imaginava que na noite de ontem seria chamado a voltar ao deserto. “Quase recusei o convite por não estar treinando pra isso. Mas achei que dava pra encarar. E não vou para fazer número”, avisa.

Confira a entrevista exclusiva à Webventure, que vai acompanhar Jean e a equipe BR Lubrax pela cobertura on line do Dakar, cuja largada será no próximo dia 1º.

Webventure – Como você recebeu o convite para voltar ao Dakar? Por que você não participava mais do rali?

Jean Azevedo – Eu realmente descartava uma nova participação no Dakar porque, depois que eu saí da BR Lubrax, em 98, não consegui mais patrocínios para ralis. Passei a me dedicar aos enduros e hoje corro só o Sertões como rali. Acontece que a preparação para as duas competições é completamente diferente. Por receber o convite para o Dakar tão em cima da hora (isso aconteceu porque o piloto oficial Luís Mingione se machucou ontem), pensei em recusar. Afinal, eu nunca iria para passear, fazer número, pois já ganhei uma vez… Pedi uma noite para pensar e hoje achei que dava pra encarar.

Webventure – Não dá mais tempo de se preparar mas qual seria o ideal para estar pronto para um rali como o Dakar?

Azevedo – O ideal é andar na moto entre três a quatro vezes por semana, 60km/dia, além de fazer um treinamento intenso em academia, corridas a pé e bicicleta, visando o preparo físico. Como não vai dar tempo, vou ter de contar apenas com a minha experiência. Sei que numa prova longa como esta não adianta querer andar muito rápido nos primeiros dias. Muita gente quebra moto, se machuca acelerando muito no início. O ideal é ganhar posições sem precisar forçar muito. E lembrar que a navegação é muito importante, pois é fácil se perder.

Webventure – O Luís (Mingione) teria um papel de apoiador para o outro piloto de moto da equipe, o Juca Bala. Como fica esta estratégia com a sua ida?

Azevedo – Não vai acontecer mais isso, será cada um fazendo sua corrida.

Webventure – Vamos fazer um breve retrospecto das suas três participações…

Azevedo – No primeiro ano, em 96, meu objetivo era terminar, nem que fosse em último. Consegui, fui o nono na categoria Marathon e adquiri a experiência necessária. Um ano depois, venci na Production. Em 98, estava liderando a Marathon até três dias antes do final quando quebrou o motor da minha moto.

Webventure – E quais as expectativas que você pode ter para o Dakar 2001?

Azevedo – Primeiro é terminar a prova, o que já seria uma vitória. Depois é terminar em primeiro na categoria. Vou fazer tudo pra isso.

Webventure – Como é estar de volta à BR Lubrax, a equipe que é também do seu irmão André Azevedo?

Azevedo – É bom estar com eles outra vez. Mas quero deixar claro que é uma participação especial. Minha equipe é a Bike Box, pela qual corro enduros e o Sertões.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira

Last modified: dezembro 21, 2000

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