Webventure

As várias faces de Pedrosan


Experiência de Pedrosan foi aproveitada pelas duas equipes do FQL em Presidente Prudente (foto: Luciana de Oliveira)

Treinador, cameraman e um conselheiro de luxo. Pedrosan acumulou todas essas funções na 2ª etapa do Circuito Ford Ranger de pára-quedismo, em Presidente Prudente (SP). Experiente pára-quedista, que compete na Formação em Queda Livre desde 1994, ele participou da prova como câmera da Muito Vento. O time disputa a categoria Estreantes no FQL 4-way. Na primeira etapa, em Campinas, ficou em primeiro lugar. Na segunda, não teve concorrentes e aproveitou para treinar.

O Muito Vento também é formado por Albert Alhonat, Daiton Ribeiro, Juliana Wada e Fábio Bechelli. “Eles me ligaram no início do ano para ver se eu podia treiná-los”, conta Pedro. “Desde então eu venho acompanhando o time e dando uns toques dentro daquilo que eu aprendi, os segredos da Formação em Queda Livre. O objetivo deles era ser campeões brasileiros, mas a Confederação voltou atrás e neste ano não haverá Brasileiro de Estreantes. Então, agora, eles têm como meta vencer o Circuito Ford Ranger e passar para Pro no ano que vem”, explica.

“O time já fez 60 saltos, vai fazer mais uns 50 até a última etapa. Gradualmente está evoluindo. Quando peguei, as médias eram 3, 4. Na primeira etapa conseguimos média 5 e em Prudente o objetivo era a 7”, descreve o treinador.

Os blocos da Azul – A receita foi outra para a Azul do Vento, equipe Pro formada por Paulo Kalassa, Marcos Padilha, André Ferraz e, excepcionalmente nesta etapa, Ricardo Contel substituindo Fábio Diniz, que estava resfriado. “Eles começaram a treinar neste ano, com objetivo para 2003. Até então realizavam apenas figuras ‘random’, mas nesta etapa do Circuito começaram a fazer alguns blocos e é justamente onde estou ajudando.

“Figuras ‘random’ são pré-determinadas, não têm giro. Já o bloco tem figura inicial, um giro e fecha no mesmo ponto ou em outro ponto, ou seja, conta como dois pontos para a equipe. Mas você tem de estar hiperbem em ‘random’ para começar a girar os blocos”, ensina.

O caminho do desenvolvimento ele conhece muito bem. Há sete anos, Pedro fez como os atletas da Muito Vento e montou o seu time de estreantes. “Continuo competindo até hoje”, diz. Semanas atrás, Pedro foi um dos brasileiros que participou dos Jogos Aéreos Mundiais, nas equipes FQL 4-way e 8-way. Mas Pedrosan não esquece o primeiro salto, realizado em 88, portanto, há 13 anos: “Foi um medão, misturado com adrenalina, lá em Americana. Faz tempo, né? Já estou bem antigo no esporte!”.

Mais uma faceta – E adivinhe o que ele faz de segunda a sexta… Não passa os dias saltando, mas o envolvimento com o pára-quedismo continua. Pedrosan se torna Pedro Ushizima Jr e trabalha como diretor administrativo da editora AirPress, cuja revista de mesmo nome é considerada um dos principais veículos de divulgação do esporte no país. “Nossa realidade aqui é esta, temos que fazer tudo na garra, por amor à modalidade mesmo. Porque, comparando com os estrangeiros, estamos muito longe”.

“Nos Jogos Aéreos eu vi que estamos apenas engatinhando. Eles treinam diariamente, para uma competição fazem no mínimo 500 a mil saltos. É um outro mundo”, comenta. “Mas temos muita habilidade, é uma coisa que os estrangeiros falam muito do brasileiro. O que falta para ter um time entre os 10 primeiros é comprometimento, de cinco pessoas, no caso do 4-way, ou de nove, no 8-way.”

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira