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Atletas festejam vitórias no Paulista de Boulder

Redação Webventure/ Montanhismo

Atletas duante o festival na parte da manhã (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Atletas duante o festival na parte da manhã (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)

Muito sol e muito calor marcaram o sábado no Parque da Juventude (SP), onde os atletas do Campeonato Paulista de Escalada Esportiva, na modalidade Boulder, disputavam as finais. A grande tenda de 450 metros quadrados protegia as vias e os atletas do sol forte e a brisa suave refrescava o calor e o desgaste da escalada. A paisagem ao redor, com famílias passeando, crianças brincando e o verde natural, completou o visual.

Durante a manhã e começo da tarde, o clima de descontração e amizade estava presente por todos os cantos. Era o festival das categorias infantil, juvenil e intermediário, onde os 30 atletas tinham três horas para fazer o maior número de pontos nas vias. Cada parede tinha três vias distintas, identificadas por fitas coloridas nas cores amarelo, azul e preto. Era só o atleta escolher a via, entregar sua planilha para o árbitro responsável e escalar.

“A galera aqui se ajuda, só assim mesmo para conseguir subir todos os boulders. O legal do festival é isso, você pode conversar com seus amigos, o pessoal explica como pegar e a gente consegue subir. O nível estava difícil, forte. Teve alguns boulders que a gente não conseguiu subir”, afirmou Roberto Galo, de Vinhedo (SP), que terminou em primeiro lugar na categoria intermediário masculino.

“De acordo com o que vimos no Open de Boulder [dias 21e 22 de outubro] e no Paulista de Dificuldade [30 de setembro] era esperado os atletas que despontaram esse ano. O nosso intuito com esse formato de campeonato é fomentar uma nova geração. Muita molecada, muita criança participando, muitos jovens no juvenil. Foi muito legal por causa disso”, comentou Ricardo Leizer, presidente da Associação Paulista de Escalada Esportiva (APEE), organizadora do evento.

Master – Por volta das 15h começou a disputa da categoria Master. E que disputa. O público presente no Parque começou a se aglomerar para ver as feras paulistas escalarem. Em seu primeiro boulder, Janine Cardoso, uma das favoritas ao título, conseguiu fechá-lo ao soar da companhia que indicava o fim dos seis minutos de escalada. Cada atleta tinha seis minutos para fazer a via e descansava outros 12 antes de ir para o próximo desafio.

Sorte de Thais Makino, que fez todos os boulders à vista e levou o título. A atleta foi a última competidora a escalar e subia as vias com muita rapidez, impressionando a todos que estavam assistindo. “Estou surpresa. Não achei que fosse escalar bem assim, achei que estivesse meio mal. É um tipo de boulder que para mim é melhor: um boulder que não precisa de tanta força, tem que ter mais jeitinho, ser mais delicada”, afirmou a atleta.

“A Thais detonou. Não foi o melhor dia da Janine, ela perdeu por um top que não fez à vista e a Thais fez tudo à vista. Ela está puxando o nível para cima. Vamos ter que fazer vias mais difíceis”, afirmou Leizer.

O masculino veio logo em seguida, com oito atletas lutando pelo título. Os dois primeiros boulders tinham partes negativas. O público parecia empurrar os atletas para cima, mas isso não estava adiantando muito. Os cinco primeiros não conseguiram completar o primeiro boulder. Aí foi a vez de André Berezosky, o Belezinha. Ao soar da companhia, o atleta reservou alguns poucos minutos para olhar o boulder, analisar a via e subir. Para delírio do público que aplaudiu muito, Belezinha completou a primeira via à vista. E isso se repetiu na terceira e quarta via também. Apenas no segundo boulder o atleta fechou a via na segunda tentativa.

“Foi bem melhor do que na semana passada [no Open de Boulder]. Lá estava cansado e não fui bem na semifinal. Agora, treinei forte durante a semana, descansei, e deu para mandar os quatro boulders. Não é minha especialidade mas como treino é super importante. As vias estão em um nível ideal”, afirmou o atleta que estava muito contente com mais uma vitória.

Nova geração – A nova geração vem se destacando e conseguindo bons resultados. Durante o festival, a garotada mostrou todo o seu talento e determinação em escalar. “Achei que foi bem legal. O mais importante não é fazer os pontos, é brincar nas vias. Estava difícil, mas escalada não tem um dia que está mais ou menos difícil. É sempre um desafio para curtir cada vez mais”, afirmou a jovem atleta Julia Pasqualin, de apenas 11 anos. Ela escala desde os oito anos de idade e conquistou a terceira colocação no infantil feminino.

As irmãs Shaw, de São José do Rio Preto, voltaram para casa com a mochila um pouco mais pesada por causa das medalhas conquistadas. Camila, a mais nova com 13 anos, conquistou a prata no infantil feminino e Ana foi ouro no intermediário feminino.

Muitos devem pensar que a mais nova se interessou pela escalada por causa da irmã mais velha. Mas nessa família as coisas não são assim. Camila só começou a escalar depois que a irmã, que já praticava o esporte, ficou falando tanto até convencê-la a escalar. “Eu a convenci e a gente se amarra muito”, disse orgulhosa a irmã menor.

Para Ana, o resultado da competição foi muito bom: “eu mandei super bem pois estava treinando bastante. Acho que para o nível feminino estava um pouco difícil. Mas foi super legal, amizade total com tudo mundo. Estou super feliz. Não imaginava que iria ganhar.”

Infantil Feminino
1) Ana Paula Veloso (São Paulo) – Casa de Pedra
2) Camilla Shaw (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
3) Julia Pasqualin (São Paulo) – 90 Graus

Infantil Masculino
1) Gustavo Bruce da Silveira (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
2) Brandon Aguiar (São Paulo) – 90 Graus
3) Bruno Passarelli (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
4) Rafael Takahace Rodrigues (São Paulo) – 90 Graus

Juvenil
1) Caio Pandori Sanfelice (São Paulo) – Casa de Pedra
2) Eduardo Vidal Paschoal (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
3) Pedro Campos (São Paulo) – Casa de Pedra
4) Rafael Charles (São Paulo) – Casa de Pedra
5) Lukas Ramos Budenbender (São Paulo) – Casa de Pedra

Intermediário Feminino
1) Anna Shaw (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
2) Andrea Nabinger (Campinas) – Alpino Brasil

Intermediário Masculino
1) Roberto Ferragut Gallo (Vinhedo) – Alpino Brasil
2) Luiz Eduardo Rocha de Luca Vilela (São Paulo) – Biomecânica Funcional
3) Andre Arruda Daier (São Paulo) – 90 Graus
4) Diogo Gandra (Campinas) – Alpino Brasil
5) Andre Luiz Reis Carvalho (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
6) Marcelo Soares Balestero (São Paulo) – Casa de Pedra
7) Daniel Veloso Hirata (São Paulo) – Casa de Pedra
8) Thiago Paulino Rodrigues (Campinas) – Alpino Brasil
9) Goro Shiraiwa (São Paulo) – Casa de Pedra
10) Octávio Bernardes Ferreira Neto (São Paulo) – Casa de Pedra
11) Gleison Ferreira de Souza (São Paulo) – 90 Graus
12) Helio Vergueiro Leite Neto (São Paulo) – 90 Graus
13) Moreno Dias (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
14) Gabriel Zuffo (São Paulo) – Casa de Pedra
15) Gustavo Magaldi (Pirassununga) – Alpino Brasil

Master Feminino
1) Thais Makino Shiraiwa (São Paulo) – Casa de Pedra
2) Janine Cardoso (Guarulhos) – Casa de Pedra
3) Carla Anahi Ortega Reis (São Paulo) – Biomecânica Funcional
4) Angélica Zignani (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
5) Taisa Morokawa (São Paulo) – Biomecânica Funcional

Master Masculino
1) André Berezosky (São Paulo) – Casa de Pedra
2) Felipe Gomes Camargo (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
3) Carlos Eduardo Levy (São Paulo) – Casa de Pedra
4) Allécio Terron Chuehite (São Paulo) – Casa de Pedra
5) João Ricardo da Costa Gonçalves (Campinas) – Alpino Brasil
6) Augusto Portugal (Campinas) – Grade VI
7) Kesler Jamal Contieiro (São José do Rio Preto) – Altitude Escalada
8) Alexandre Serrano Rajagopalan (São Paulo) – Casa de Pedra

Este texto foi escrito por: Thiago Padovanni

Last modified: outubro 30, 2006

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