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Auto-segurança na escalada abre portas para discussão

Redação Webventure/ Montanhismo

Auto-segurança é opção do escalador (foto: Divulgação/ Alexandre Paranhos)
Auto-segurança é opção do escalador (foto: Divulgação/ Alexandre Paranhos)

Mais uma vez neste fim de semana o “overbolting”, ou excesso de proteções numa via, foi um dos tópicos tratados durante o seminário de mínimo impacto no complexo do Baú. Tenho visto também em alguns fóruns a preocupação com esta prática por alguns escaladores, dentre os quais me incluo, e de apoio por outros.

Os que defendem as vias cheias de chapeletas a cada 1,2 ou 1,5 metro, certamente tem seus argumentos: a via é muito difícil, é uma via para iniciantes, eu quero escalar com segurança, não quero passar medo ou me machucar.

O outro grupo que defende paredes mais limpas, geralmente argumenta que é uma maior agressão à rocha, que tal prática fere justamente a política de mínimo impacto e que de certa forma tira aquele friozinho na barriga inerente a escalada guiada.

Claro que cada caso é um caso, que cada local tem características distintas e isso varia também de acordo com o tipo e estilo da via, porém gostaria de compartilhar um ponto de vista dado por um escalador americano, o qual não me lembro o nome, e que li numa coluna muitos anos atrás:

“Self-top-roping” – Me preocupa as novas gerações de escaladores extremamente esportivos que procurando linhas difíceis, acabam colocando chapeletas tão próximas umas das outras, que ao escalar a via, você literalmente nunca se encontra em posição de guia, uma vez que com a chapeleta ainda na altura da cintura, já alcançamos no esticar do braço a próxima proteção.

Ou seja, se sempre ao ter uma proteção na altura da cintura, pudermos efetuar a próxima proteção, é como se estivéssemos levando nosso top rope para cima. É a típica prática do Auto-TopRope.

Se até o grau de uma escalada é subjetivo, imagine então chegar numa regra matemática para equilibrar distância de proteções X grau da via. Não existe certo e errado nessa história, mas antes de abrir sua próxima via pense nisso…

  • Se dê a chance de guiar efetivamente.
  • Impacte menos o meio ambiente, fure menos.
  • Polua menos visualmente sua falésia preferida.
  • Curta o friozinho na barriga da possibilidade de uma pequena queda.

Afinal se você se “auto-toproupar” o tempo todo, então pra que gastar tanto numa corda dinâmica? Pense a respeito! Boas escaladas!

Este texto foi escrito por: Alê Silva (arquivo)

Last modified: março 22, 2009

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