Ainda não foi desta vez que o Brasil conquistou um resultado expressivo num esportes de aventura nas Olimpíadas. O biker Renato Seabra e o canoísta Cássio Petry já deixaram Sydney com o pensamento voltado para Atenas/2004, os próximos Jogos.
Petry chegou na última sexta-feira ao Brasil, tendo conquistado a 14ª colocação que o deixou fora da final e de uma eventual disputa por medalhas. Seabra teve menos sorte: não chegou a completar a prova por estourar o tempo-limite ao ter problemas com um pneu furado. Nada tão negativo quanto a desclassificação do futebol masculino ou de Guga Kuerten, no tênis. Aliás é a melhor colocação do país na modalidade C1 (canoa individual).
Retrospecto – O mountain bike e a canoagem slalom (descida de corredeira) são as duas únicas modalidades de aventura consideradas olímpicas. O Brasil participou das duas edições em que a bike foi incluída – na primeira, em Atlanta/96, ficou em 26º lugar, com Márcio Ravelli.
No slalom, as melhores participações brasileiras foram com o gaúcho Gustavo Selbach, conterrâneo de Petry, em 92 e 96. Ele não conseguiu a vaga para Sydney e também visa Atenas.
Resposta – Mas qual a solução para que esses esportes tenham destaque merecido no Brasil e chances de sucesso em Olimpíadas? “Falta espaço na mídia. Este ano todo foi de muitas entrevistas mas, quando acabam as Olimpíadas, acaba tudo pra gente”, desabafa Petry. “Sem divulgação, o patrocinador não tem retorno e não quer investir. Então a gente faz tudo por amor, porque não ganha nada pra isso.”
Por enquanto, os meninos do Brasil, ambos com 22 anos e muitos desafos pela frente, vivem de apoios: Seabra faz parte da equipe Caloi e Petry tem suporte de Canoe e Banrisul.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: setembro 25, 2000