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Aventura no Brasil em ritmo crescente

Brandolin: primeiro brasileiro no Polo Norte Magnêtico (foto: Thomas Brandolin)
Brandolin: primeiro brasileiro no Polo Norte Magnêtico (foto: Thomas Brandolin)

Certamente seria uma exagero, e talvez até mesmo um ato precipitado anunciar o ano de 1999 como o ano da aventura no Brasil. É inegável o fato de que os esportes de aventura nunca tiveram um momento tão propício por estas terras. Durante toda esta semana a Webventure se preocupou em fazer um balanço do ano. A conclusão é uma só: em todos os setores, em todas as modalidades esportivas de aventura, nunca houve tantos praticantes, tantos campeonatos e eventos. Isso para não falar das várias lojas, empresas, e outras tipos de negócios que surgiram em torno da palavra aventura.

A tendência não é nova, já vem de outros anos em um crescimento que atingiu em 1999 o seu ponto mais forte. Mas será que chegamos no topo? Tudo indica que não. Olhando com calma as projeções feitas em relação ao ano 2000 parece que estamos apenas no princípio de uma onda cujo o fim não se consegue prever. Aventura é moda no Brasil, com todos as qualidades e defeitos que o modismo traz. “Mais defeitos do que qualidades”, afirmou o viajante e aventureiro Tito Rosemberg em entrevista a Webventure em outubro. “Toda moda que passa deixa alguma coisa de boa. Acho que o ocaso do “aventureirismo” ainda vai demorar muito. Hoje com esta história, a juventude está interessada no Brasil, isso é um saldo positivo. Porque mesmo que eles venham a conhecer o Brasil porque é uma aventura, no final da aventura eles vão ter conhecido o Brasil, e isso é um saldo positivo.”, concluiu Tito.

No campo da ação também foi um ano em que o Brasil brilhou no cenário da aventura. Só para lembrar, em agosto, na Itália, o país foi campeão mundial de vôo livre por equipe pela primeira vez na história do esporte. Uma conquista que quase passou em branco da mídia tradicional, que só descobriu o feito quase uma semana após a conquista.

Poucos veículos tradicionais também noticiaram o feito do brasileiro Thomas Brandolin. O montanhista, em sua segunda tentativa, abriu a bandeira verde e amarela em pleno Polo Norte Magnético. Um sonho acalentado a tempos pelo atleta e concluído em maio deste ano. Foram 112 km de caminhada sob a calota polar em temperaturas nada convidativas, acampando na companhia de ursos polares.

Enquanto os cadernos esportivos dos jornais ainda resistem a abrir espaço para os esportes de aventura, a mídia especializada viveu um momento de apogeu. Televisão, internet, revistas, jornais, no início do ano a aventura foi tema de vários lançamentos em veículos de comunicação. No último semestre aconteceu um “enxugamento” entre veículos de comunicação especializados, para alguns um movimento natural de um mercado que ainda busca um ponto de equilíbrio entre o momento e a realidade.

Mas que a onda está crescendo ninguém duvida. Exemplo máximo foi a Adventure Sport Fair, feira de esportes de aventura que reuniu mais de 60 mil pessoas durante cinco no no Pavilhão de Exposições do Ibirapuera, em São Paulo. O tamanho da feira era o melhor termômetro do gosto que o tema Aventura conquistou entre o público brasileiro. Embora realizada na cidade de São Paulo era fácil ver entre os expositores e visitantes gente de todo o país. Os organizadores já anunciaram que a feira estará de volta em 18 de outubro do ano 2.000, possivelmente com atrações internacionais.

Fechando o ano com chave de ouro o Brasil também brilhou nos céus, do outro lado do mundo. Uma equipe de quinze para-quedistas, coordenados por Ricardo Pettená e Rogério Marinatti, participaram da conquista do novo recorde mundial de formação em queda-livre: o 300-way. Os atletas treinaram duro durante mais de um mês especialmente para a ocasião, onde saltaram lado a lado com grandes times do para-quedismo mundial.

E o ano 2000 promete…

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur

Last modified: dezembro 31, 1999

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Redação Webventure
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