Detalhe do pneu de Klever Kolberg. (foto: Luciana de Oliveira / Webventure)
São Joaquim (SC) – Se a etapa anterior, o Rally Terra Brasil, já tinha sido sinônimo de quebradeira, esta segunda etapa do Brasileiro cross-country e da Copa Baja não mudou a característica. Muitos favoritos tiveram problemas. Só que, desta vez, não havia recuperação, já que se tratava de uma prova de um dia só.
O caso mais dramático foi de Klever Kolberg e o navegador Lourival Roldan(Petrobras Lubrax). O piloto levantou o público que esperava a chegada dos carros no Aeroporto ao virar para o final da última especial acelerando mesmo com dois pneus furados. “Naquela especial, o Klever estava muito rápido, andando em ritmo para ganhar e já vínhamos recuperando o tempo perdido devido a uma parada da primeira especial”, conta Lourival.
O sacrifício estava valendo a pena quando, a 80 metros do final, uma pedra prejudicou uma peça da roda e eles foram obrigados a parar. Enquanto tentavam consertar o estrago, viram passar Guilherme Spinelli e Andrey Valério (Mitsubishi) para confirmarem a vitória na prova.
Klever e Lourival passaram um bom tempo tentando resolver o problema sozinhos, para completar a prova. Conseguiram. “Recolocamos sozinhos o semi-eixo na homocinética traseira, colocamos os estepes e conseguimos chegar ate o parque fechado sem nenhuma ajuda”, conta Lourival.
Faltou a “coroação” – “Após cruzarmos o arco, o apoio da Mitsubishi examinou e colocou uma cinta prendendo a roda. Foi emocionante a entrada na área final do prólogo com o público vibrando com a nossa chegada. Faltou somente a coroação do esforço”, finaliza.
Foi outro mal resultado para a dupla atual campeã da Copa Baja. No Terra Brasil, Klever e Lourival ficaram entre os últimos, também com problemas mecânicos, e este Baja começou com gosto de recuperação para a dupla: eles fizeram o melhor tempo no prólogo de ontem. Mas Lourival está otimista para o Rally dos Sertões, o próximo desafio: “o carro se mostrou muito bom, superestável”.
Sem combustível e também com um pneu furado, Renê e Marcus Mello (Troller) chegaram ao fim da terceira e última especial rebocados por Luiz Alexandre Garcia e José Maurício Araújo (CTBC Simmens). Riamburgo Ximenes e Rogério Almeida (Chevrolet) chegaram lá de carro de passeio. Quebramos no km 3 da primeira especial. Foi um problema com o câmbio, contou Rogério. Andamos 8 mil quilômetros para esta prova e só conseguimos rodar três na competição. Ulysses Bertholdo e Alberto Zoffmann também não completaram.
Nas motos, favoritos fora – Nas motos, os grandes favoritos, Juca Bala e Jean Azevedo, da categoria Superproduction, quebraram. Juca, que largou na frente, teve problemas com o pneu traseiro logo após a primeira especial. E Jean teve o câmbio danificado. Outro piloto entre os “top”, Tiago Fantozzi também não completou a prova, com pneu furado.
A festa na geral foi de Andres Marcondes (Super Rider), da Production. Apesar de freqüentar pouco os destaques do noticiário de off-road e de esta ser sua primeira vitória na geral em uma prova tão famosa, ele não é nenhum novato e diz que o importante são os pontos no Brasileiro. “Eu não vou ser reconhecido por ter vencido o Baja das Neves, mas se tiver um título nacional”.
O Brasileiro de rali cross-country segue com o Rally dos Sertões (prova com pontuação dobrada no campeonato), de 24 de julho a 4 de agosto. A Copa Baja terá outras duas etapas, uma em Minas e outra em São Paulo, no segundo semestre.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira
Last modified: junho 23, 2002