Elaborar uma planilha, demarcar trilhas, montar uma equipe de resgate…Essas são apenas algumas das providências tomadas 24 horas antes de uma prova de regularidade a pé. Foi com a intenção de saber o que acontece nos bastidores desses campeonatos que a Webventure acompanhou a equipe da Trilha Brazil na quinta etapa da IX Copa Paulista de Trekking, realizada no último domingo, em Paranapiacaba (SP).
O grupo, que inclui os organizadores, o resgate, os famosos PCs (Postos de Controle) e colaboradores em geral, se reuniu um dia antes da prova, já no local. O trabalho começou na estrada, onde foram fixadas as faixas de indicação do caminho para os competidores da prova. O segundo passo foi fazer o reconhecimento da trilha. Nesta etapa foram colocadas as cordas de segurança, definidos os locais onde permaneceriam os PCs e refeitos todos os cálculos de metragem e de bússola. Tudo isso de baixo de muita chuva e lama.
Cobaia de trilha – Alguns erros de distâncias foram identificados e imediatamente passados para organização. Geralmente a verificação é feita pela equipe de resgate e alguém que ainda não conhece a trilha, no caso, eu. Essa cobaia tem a função de observar se, realmente, a planilha está viável para os competidores. É importante sabermos se uma pessoa, que nunca viu uma planilha antes é capaz de fazer a trilha., disse Reginaldo Costa, organizador da Copa.
Tudo acertado e, no dia seguinte, às seis horas, todos já estavam acordados. Após o café da manhã, cada PC verificou sua mochila e se posicionou na trilha, juntamente com o resgate.
As equipes começaram a chegar a partir das 7h30. Foram feitas as últimas inscrições e distribuídas camisetas e planilhas para cada time. Sem dúvida, o primeiro desafio do enduro a pé é fazer os cálculos antes da prova. Às 9 horas, largaram os primeiros grupos.
Mapa do tesouro – O primeiro Posto de Controle foi encontrado com facilidade por todos. Já o segundo só foi achado por quem seguiu rigidamente a planilha. A prova foi dividida em praticamente duas partes: antes e depois do Neutralizado – uma espécie de ponto de descanso. Lá, as equipes podem se servir de frutas e água, oferecidas pela organização. Alguns competidores aproveitam para refazer cálculos, enquanto outros simplesmente relaxam e curtem a paisagem do lugar.
A primeira etapa, antes do Neutralizado, foi a mais tranqüila com muitos trechos de estrada e vários pontos onde foi preciso entrar na água (com direito a muitos tombos!). Já a segunda fase exigiu mais. O maior desafio foi enfrentar quase 200 m de subida em mata fechada, só com a ajuda da bússola, disse Cláudio, da equipe High Trekkers. Depois do último Posto de Controle, já na cidade, um ônibus levou os participantes de volta ao alojamento.
De Tartaruga Dopada a… – Certamente as equipes participantes dessa Copa são um espetáculo à parte. Divididas em duas categorias, Trekkers (iniciantes) e Masters (graduados), encontram-se grupos que levam a competição muito a sério e outras que estão lá simplesmente para se divertir e sair um pouco da rotina. A equipe Tartaruga Dopada, por exemplo, começou com três integrantes de uma grande família. Hoje, primos, tios, pais… todos participam. Para que pudessem competir com o mesmo nome, foram criadas várias equipes com o nome Tartaruga Dopada já existe até a Tartaruga Dopada 5.
Os atletas da Los 13 Amigos, categoria Master, consideraram a prova uma das melhores do ano. Havia muitos trechos de estrada. Sem dúvida, o mais difícil e cansativo foi a subida do morro, declarou Ricardo Cecco.
Já na categoria Trekkers, a equipe Du Carvalho achou que a prova tinha poucos PCs, mas foi unânime quanto à grande dificuldade da subida do morro.
Os campeões da etapa nas categorias Master e Trekker foram as equipes Kuméquifica e Georgete e seus Goonies, respectivamente. Para encerrar um dia de aventura, o sol convenientemente deu seu espetáculo.
Este texto foi escrito por: Caroline d’Essen