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Beto Pandiani completa cinco dias de Travessia do Pacífico

Redação Webventure/ Vela

Beto Pandiani no catamarã (foto: Igor Bely)
Beto Pandiani no catamarã (foto: Igor Bely)

O velejador brasileiro Beto Pandiani completa hoje cinco dias da viagem de travessia do Oceano Pacífico a bordo de um catamarã sem cabine. Ao lado do jovem francês Igor Bely, Pandiani enfrentará uma viagem de mais de 17 mil quilômetros.

Após o atraso de cerca de uma semana na partida, a dupla já encontrou dificuldades nos primeiros dias. Calmarias, tempestades e quebras no barco. Veja abaixo trechos do Blog da dupla sobre a travessia até agora:

11 de outubro, quinta-feira: Saímos. Estou sentado na popa do barco. Atrás, já quase desaparecendo, está Valparaiso; à direita estão os Andes nevados; à esquerda e na frente, NADA, apenas o horizonte limpo de nuvens. (…) É dificil explicar a sensação que estamos tendo; falamos pouco, quase nada, cada um com seus pensamentos, suas reflexões internas. Muitas coisas passam pela minha cabeça: tristreza, medo, satisfação, orgulho… Vou preparar o almoço!! (Igor Bely)

Depois de vinte horas sem vento começamos a nos mover. Ontem o dia foi psicologicamente cansativo, pois o vento sumiu, e mesmo com pouco mar o Bye Bye Brasil balançou e eu, que não havia dormido na noite anterior, acabei ficando enjoado. O Igor ontem segurou as pontas, dessalinizou e esquentou água, fez guarda de dia no leme e fez a transmissão de dados.
Hoje estou bem melhor. O vento vem de Sudoeste com intensidade de 10 nós. Falamos com o meteorologista e a previsão para hoje à tarde é de 20 a 25 nós, caindo à noite. E a mesma coisa para amanhã. Vamos tirar o atraso. (Beto Pandiani)

14 de outubro, domingo: Alguém já viu alguma vez na vida girafa em lata de sardinha? Um novo produto lançado no mercado. Assim me sinto dentro da minha barraca, onde entra água durante toda a noite, faz frio e tudo o que eu visto está molhado ou úmido. Precisamos de um dia de vento fraco, sol e calor, e se possível 30 minutos de chuva para lavar a alma, pois até ela está salgada. O incrível de toda essa história é que tanto o Igor como eu entramos na rotina, e parece que vivemos tudo isso há muito tempo. Apesar da vida no mar ser dura, deve ser mais duro não ter planos. Estou fazendo algo que está dentro de mim, algo que muitas vezes eu mesmo não entendo, mas sei que o caminho é este. (Beto Pandiani)

15 de outubro, segunda-feira: A vida vai passando e nós a cada dia mais adaptados em passar 24 horas por dia pensando em como nos manter secos, manter os eletrônicos secos, gerar energia… Por exemplo, neste momento estamos sem sol, então para fazer energia usamos o dínamo, jogando na água um cabo com hélice. Assim, substituímos o painel solar. Ontem no final do dia percebi uma trinca grande na caixa de leme. Imediatamente paramos o barco e o Igor passou várias voltas de cabo Espectra para reforçar. Caso quebre, teremos um só leme. Teremos que diminuir o ritmo da viagem para não forçar a peça. Acho que vai agüentar. Um abraço a todos aí da terra, seguimos aqui pela água. (Beto Pandiani)


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Este texto foi escrito por: Redação Webventure

Last modified: outubro 15, 2007

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