Beto Pandiani (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)
Direto da Adventure Fair – O velejador brasileiro Beto Pandiani está nos últimos preparativos para começar a travessia do Oceano Pacífico em um catamarã de 25 pés. A viagem será ao lado do francês Igor Bely, de 22 anos, nascido em um veleiro.
No feriado de 7 de setembro a viagem começa em Ilhabela, de onde parte a caravana até o Chile, de carro. O barco será transportado até Valparaiso. De lá todos os equipamentos serão montados e a dupla sairá, sozinha, para mais de 18 mil quilômetros. A partida está marcada para 17 de outubro. A dupla realizou uma palestra na Adventure Fair nesta quinta-feira.
Até a primeira parada serão quase 20 dias no mar, somente os dois, por 2.300 milhas náuticas. Meu maior medo é cair na água de noite, quando o Igor estiver dormindo. Até ele acordar, saber onde estou e voltar sozinho para me resgatar é bem difícil, revela Pandiani. Já Igor, que também é o engenheiro da dupla, está preocupado com a resistência do veleiro. Para mim o pior é se quebrar algo e tivermos que abortar a viagem, afirma, com propriedade.
O Igor é filho do Alek Bely, que fez o apoio para nós na viagem até a Antártida. O garoto nasceu em um veleiro de Oceano, tem um conhecimento bárbaro. Foi dez vezes para a Antártida e já deu a volta ao mundo. Para a idade que tem, é muito experiente, comenta Pandiani.
Bye Bye Brasil – É o nome do veleiro que irá levar a dupla até a Austrália e a partir de 2009 cruzar o Índico e depois o Atlântico, já que o objetivo final de Pandiani é dar a volta ao mundo em um Hobie Cat. O veleiro é originalmente desenvolvido para competição e foi modificado por Betão e Igor. Basicamente dividimos o casco em três partes. Uma leva nossos mantimentos, outros a parte eletrônica e por fim nossa bagagem, roupas e equipamentos em geral, explica o brasileiro.
A viagem será sem barco de apoio, os dois estarão sozinhos durante todo o tempo no Pacífico. Na travessia do Drake usamos um barco de apoio, o Kotik, da família do Igor, por causa do mal tempo e da temperatura da água. Se acontecer algo com o mar a zero grau não teríamos muito tempo para esperar resgate. Agora no Pacífico a situação é outra, por isso não vamos usar apoio. Não é uma ousadia, é saber até onde podemos avançar, afirma.
Para Pandiani, que já atravessou da Antártida até a Groenlândia em cinco viagens, a motivação para a travessia é pessoal. Não temos a idéia de quebrar recordes nem barreiras, adianta. A força para fazer uma viagem como essa, os velejadores tiram dentro da cidade. A motivação que nos dá para arrumar algo que dá errado no barco, ou passar noites em claro é a mesma que temos para viver em São Paulo, para correr atrás de patrocínio e fazer as cosas darem certo, conclui o velejador.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa