A vitória na quinta etapa do Campeonato Brasileiro de Cross-country, realizada neste sábado em Itatinga (SP) antes do Rally dos Amigos fechou um ano histórico para a dupla Felipe Bibas e Emerson Cavassin. A dupla tornou-se campeã brasileira de 2007, semanas após garantir também os títulos paulista e da Mitsubishi CUP.
A dupla curitibana estaria ameaçada apenas pela equipe oficial da Mitsibishi, porém na quinta etapa do Brasileiro os dois veículos, de Guilherme Spinelli e Ingo Hoffmann, tiveram problemas. Hoffmann conseguiu ter seu carro inteiro a tempo do Rally dos Amigos e descontou, fazendo o tempo mais rápido da prova.
A quinta etapa do Brasileiro de Cross-country foi disputada na mesma fazenda do Amigos, um reflorestamento de eucalipto. Um verdadeiro labirinto com piso coberto de areia. Retas que possibilitaram altas velocidades foram mescladas com trechos travados de areia fofa. A navegação foi fundamental para o bom desempenho, nas duas provas deste sábado.
Trabalho em equipe – Bibas dedicou o título brasileiro à sua equipe de apoio e mecânicos, e a seu professor, Maurício Neves, segundo suas palavras. Neves, chefe de equipe, preparados de carros e piloto, também foi responsável pelo ano 100% da Promacchina, ao sair vencedor do Rally dos Sertões, em agosto.
A equipe foi fantástica em todos os termos de desenvolvimento e preparação do carro. O carro estava bom o ano inteiro. Além dos nossos títulos, a vitória do Maurício [Neves] no Sertões foi importante. Eu só tenho a agradecer a ele, que é o meu professor e um amigo pessoal, comentou o piloto campeão.
Segundo Bibas, a navegação foi fundamental para a decisão do título. Só tenho que agradecer à minha família e meu navegador. Ele fez um ótimo trabalho principalmente nesta quinta etapa, que foi muito exigente nessa parte. Muita gente se perdeu e o Emerson foi perfeito, comemorou
Para ele, é preciso muito esforço para conciliar a vida profissional com os treinos de rali. Nós treinamos bastante, nos dedicamos. Eu não vivo disso, mas é um hobby que virou um negócio sério, mesmo sem ser profissional. Corremos três campeonatos, 21 provas mais o Sertões. Treinamos a cada semana e no máximo a cada 15 dias. Temos carros diferentes, com muita mudança entre um e outro, uma pista em Curitiba para treinar, e também me dedico muito à parte física, com academia, concluiu.
Vai ser difícil repetir um ano como foi esse de 2007, disse o chefe da Promacchina, Maurício Neves, ao final do Rally dos Amigos. Em 2006, após problemas no Sertões, a equipe desistiu do apoio oficial da Mitsubishi e resolveu preparar sozinha suas picapes.
O segredo do nosso carro é ser simples. Desde 2006, quando resolvemos desenvolver esse carro, nós não tínhamos em mente reinventar a roda, e sim melhorar o que era ruim. E ele veio melhorando nos anos de 2006 e 2007. Em nenhum momento resolvemos radicalizar e voltar para o que era no começo, como fez a equipe oficial da Mitsubishi, avaliou o piloto.
Para Neves, a equipe paranaense tem um veículo único. Nosso carro é muito particular em relação às outras Evos, com partes que são só dele, resoluções que só nós temos, mas é muito simples. E é isso que o Cross-country precisa: um carro que não pare nunca, que seja fácil de fazer manutenção, e que seja rápido. É muito melhor ter um carro que não seja o mais rápido, mas que o piloto possa exigir sempre 100% dele, do que ter um carro super rápido e que tenha que ser pilotado com delicadeza, disse.
A equipe – Além do carro, Maurício Neves também dedicou a vitória no ano aos outros integrantes da equipe. Depois de um Sertões frustrado em 2006 resolvemos ir para um caminho alternativo só nosso. O Felipe [Bibas] topou em dividir esse caminho comigo. Já em 2007, depois da vitória no Sertões comentei que se tivesse vencido em 2004 não seria tão bom como agra. Isso porque a equipe está com um entrosamento bem grande. O Felipe em nenhum momento foi adversário ou concorrente, sempre foi companheiro de equipe e amigo. Sempre que aparecia algum problema, focamos todas as forças em quem estava melhor.
Já temos um projeto para 2008, para continuar essa evolução. Talvez agora vamos precisar de um salto mais ousado, mas nada muito absurdo, adiantou Neves. Com as quatro vitórias no ano, a equipe busca maiores patrocinadores para continuar o projeto no ano que vem.
Classificação final do Brasileiro de Cross-country
1º – Felipe Bibas/Emerson Cavassin 77
2º – Ingo Hoffmann/Lourival Roldan 71
3º – Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo 52
4º – Luis Facco/Glauber Fontoura 50
5º – Maurício Neves/Clécio Maestreli 49
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: dezembro 2, 2007