A feira de negócios Bike Expo Brasil (foto: Divulgação)
Os organizadores da Bike Expo Brasil enviaram ao Webventure o artigo abaixo, no qual contestam a entrevista da Aliança Bike que explica por que a associação montou uma nova feira de negócios à parte da Bike Expo.
Leia na íntegra a resposta da Bike Expo Brasil à reportagem, publicada no último dia 15 de dezembro:
Durante a Bike Expo Brasil 2011 vários boatos rondaram a feira durante todo o evento. O principal foi que a feira mudaria de nome e que ninguém mais estaria presente na Bike Expo Brasil. Muito provavelmente, esse boato cresceu por ter sido plantado e divulgado unilateralmente, com interesses próprios e no mínimo discutíveis. Com a intenção de apresentar a versão do outro lado e corrigir distorções que só causam prejuízo ao consumidor e ao mercado, um comunicado oficial está disponível no site oficial da feira www.bikeexpobrasil.com.br e foi também enviado para os expositores em forma de comunicado durante a feira.
A Bike Expo Brasil surgiu em 2006 e aconteceu paralelamente ao MTB 12 Horas, tradicional competição realizada pelo SampaBikers no local. Aproveitando a conclusão das obras de um salão no hotel próximo ao evento com 1.000 metros quadrados de área de exposição coberta e climatizada, a proposta era expandir o alcance da área de exposição que acontece todos os anos desde 1996 no MTB 12 Horas. Portanto, desde sua origem, tanto a ideia quanto a iniciativa da Bike Expo partiram dos promotores da prova, Paulo de Tarso e Eduardo Ramires. A Aliança comprou a ideia e aderiu à proposta, porém ainda que a viabilização tenha sido conjunta, sempre se tratou de uma iniciativa privada e isso nunca foi questionado por qualquer uma das partes até agora.
Com abertura desse pequeno pavilhão no hotel próximo ao SerrAzul, lançamos a ideia da feira e levamos a proposta ao atual presidente da Aliança Bike. Naquele ano, a sede do SampaBikers ainda funcionava na loja de propriedade do presidente, a Pedal Power. A intenção era realizar uma feira direcionada aos negócios, pois ainda não tínhamos condições de organizar uma exposição de tal porte aberta ao público. Na época, sabíamos das reuniões da nova entidade que surgia, a Aliança Bike, e, devido ao bom relacionamento e confiança mútua com praticamente todos os integrantes, fomos convidados a apresentar um projeto para a ideia que propúnhamos.
Entramos em contato com a Margarida de Oliveira, que havia se desligado há pouco tempo do departamento de marketing da Caloi, onde trabalhou por muitos anos. Ela foi convidada a se associar a nós na organização da feira. Entendermos que devido à experiência e profundo conhecimento do mercado de bicicletas, ela era a única capaz de viabilizar e realizar a feira. Ainda que de porte relativamente pequeno, seria necessário organização e metodologia específicos, além de dedicação a qual não poderíamos dispor devido a nossas atividades de cicloturismo no SampaBikers e na Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), na qual Eduardo Ramires era técnico da seleção de mountain bike. Ela aceitou o desafio, olhando para frente e apostando no crescimento que a feira poderia ter, e se dedicou integralmente à proposta.
Finalizado o projeto, batizamos a feira de Bike Expo Brasil e o apresentamos à Aliança como um evento de negócios exclusivamente de bicicletas e direcionado aos profissionais do setor. Os estandes seriam padronizados para evitar grandes custos, já que a ideia era nascente e precisaria começar pequena. Na época, devido ao pequeno porte e local afastado da capital São Paulo, não havia as taxas que atualmente os expositores costumam ter de arcar. Tratava-se de um salão de convenções que foi adaptado para a feira e, como estávamos iniciando, essa foi a solução para viabilizar algo que beneficiaria a todos. Assim, todos os associados da Aliança Bike compraram a e apoiaram ideia. Apoiado por todos e com muito empenho de todas as partes, o evento foi um sucesso e não houve qualquer reclamação, fato evidente e registrado em todas as matérias de cobertura e divulgação da feira na época (para benefício de todas as partes, nunca é demais lembrar).
Na verdade, embora tenham apoiado o projeto e embarcado na iniciativa, isso foi feito com interesses próprios, e vale frisar legítimos. Em nenhum momento negamos isso, assim como jamais negamos que a união e a adesão maciça dos membros da Aliança tornaram possível transformar nosso projeto, nossa proposta, em realidade. O evento foi feito PARA a Aliança, bem como para todo e qualquer participante do mercado de bicicletas nacional ou internacional, mas não POR ela e, muito menos, exclusivamente. A Bike Expo Brasil surgiu com a proposta de abrir um espaço de negócios e divulgação para os players do mercado de bicicletas, onde todos seriam beneficiados conforme sua participação ou investimento, de acordo com as regras justas de mercado e competição, e assim segue até hoje.
Porém, os riscos comerciais e financeiros da Bike Expo Brasil sempre foram dos organizadores ou seja, nós. Como, aliás, em qualquer iniciativa similar, que vende algo (nesse caso, espaço de exposição) ou presta serviços (idem). E é exatamente disso que sempre se tratou: prestação de serviços. Todo planejamento, logística, financiamento e compromissos necessários para a realização da Bike Expo Brasil ficaram sob nossa responsabilidade, sem que qualquer membro da Aliança tenha jamais se preocupado com nenhuma dessas questões ou dificuldades, se atentando unicamente à sua participação no evento conforme estipulado pelas regras aceitas por todos.
A verdade é que a Bike Expo Brasil cresceu de uma maneira que nem nós, da organização, e nem os apoiadores imaginavam. Aparentemente, esse fato atiçou a cobiça e despertou as ambições monopolistas de alguns membros da Aliança. Na edição deste ano, quando a feira chegou a seu ápice com cerca de 150 expositores e comemorou seu sucesso sob todos os pontos de vista, fomos procurados pelos dirigentes da Aliança com propostas que desvirtuavam totalmente desse caráter e de todas as ideias iniciais feitas de comum acordo. Sem qualquer embasamento racional ou com justificativa aceitável, foi exigida isso mesmo, exigida – uma porcentagem do negócio, a transferência do nome da feira para a Aliança, e junto a essa, o poder de escolher quem participaria (ou não) da feira.
Assim, a Aliança busca um poder maior do que todas as demais associações do segmento de bicicleta existentes junto ao governo e perante o mercado. Obviamente não aceitamos a proposta absurda. A retaliação veio imediatamente e de forma feroz, por meio de boatos plantados profissionalmente e de forma deliberada com a intenção de destruir uma iniciativa que eles próprios apoiaram e ajudaram a erguer, da qual se beneficiaram, e com a qual agora buscam o controle total e o monopólio do segmento. É o velho discurso protecionista disfarçado de indignação súbita, uma evidente manobra que tem como motivadores o lucro fácil em cima do trabalho de parceiros de confiança e o poder sobre o mercado. Caso se tratasse apenas de um desentendimento comercial, este poderia facilmente ser resolvido por meio de diálogo e de negociação. Mas há mais em jogo e por trás disso.
Nunca mudamos o formato ou a ideologia da feira, a exemplo disso, a feira criada pela Aliança segue praticamente o mesmo formato da Bike Expo Brasil. O que mudou na Bike Expo Brasil sempre foi para melhor, buscando o crescimento saudável e justo para todos organizadores, participantes e público e o exemplo está no crescimento e no sucesso da Bike Expo Brasil. A filosofia inicial foi seguida e, dentro do possível, sempre acatamos as sugestões de nossos parceiros, assim como dos demais expositores que não fazem parte da Aliança, e fizemos concessões na intenção de acomodar e conciliar interesses diversos. Pois a feira é um negócio como qualquer outro, e eventuais prejuízos seriam totalmente arcados por nós, seus criadores e responsáveis, e não pelos participantes e contratantes de tal serviço!
O apoio deles foi importante sim no crescimento da feira: jamais negamos, relativizamos, diminuímos ou escondemos isso. Só que agora a Bike Expo Brasil se tornou refém de seu próprio sucesso, ameaçada pela ganância de poder e dinheiro de nossos antigos parceiros. O que nos deixa ainda mais tristes é que tal iniciativa partiu justamente de duas pessoas que foram grandes amigos, grandes parceiros de negócios, mas, acima de tudo, de pedal, que sempre nos ouviram e nos apoiaram ao mesmo tempo em que também foram ouvidos e apoiados por nós em todos os momentos e ocasiões. É importante destacar ainda o racha que tal atitude criou dentro da própria Aliança, pois obviamente nem todos os membros concordam com essa iniciativa que só enfraquece o mercado.
Nossas portas estarão sempre estarão abertas para o diálogo com eles, assim como para todos os parceiros legítimos e sérios. Acreditamos que chegou a hora de acalmar os ânimos, deixar de lado interesses pessoais e mesquinhos e partir para uma conversa franca, na qual ambos os lados possam falar, mas, acima de tudo, ouvir um ao outro em nome do bem comum e do crescimento. A Bike Expo Brasil continuará sendo organizada pela Bike Expo Brasil Feiras e Eventos representada por Margarida de Oliveira e promovida pelo SampaBikers, representados por Paulo de Tarso e Eduardo Ramires, sócios e parceiros engajados no mercado de bicicletas e especializados em promoção de eventos. Ela continuará sendo o maior evento do mercado de bicicletas do país, referência nacional para o segmento. A feira de 2012 já está planejada, com novidades para ampliar ainda mais a visibilidade do universo da bike para fabricantes, lojistas, empresários, fornecedores e consumidores.
Juntos vamos continuar a difundir ainda mais o uso da bicicleta como meio de transporte, lazer e esporte. Você não pode ficar de fora do maior evento do mercado brasileiro de bicicletas em 2012! A Bike Expo Brasil.
Paulo de Tarso, Eduardo Ramires e Margarida de Oliveira
Bike Expo Brasil Feiras e Eventos
Este texto foi escrito por: Da Redação