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Bons filmes e encontro de escaladores na 6ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha

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Priscila Botto e Christian Steinhauser  diretores do filme <i>Leste</i> (foto: Filippo Croso/ www.webventure.com.br)</div>
<p>Terminou no sábado (11) a 6ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha, no Rio de Janeiro. Foram três dias de muitos filmes, bom astral e encontro de escaladores, além de exposição de fotos, lançamento de um livro de montanha e homenagens especiais. E o tempo ainda colaborou e foi possível escalar nas bonitas paredes da cidade!</p>
<p>Nas primeiras edições do Festival, eram exibidos apenas os filmes que integravam a turnê mundial do <i>Banff Mountain Film Festival</i>, uma das principais Mostras de filmes de montanha do mundo, sediada na cidade de Banff, no Canadá, e motivo pelo qual a Mostra Internacional de Filmes de Montanha é apelidada de “Banff”.</p>
<p>No decorrer dos anos a Mostra se aprimorou e evoluiu bastante, e hoje em dia é sem dúvida um dos eventos mais aguardados no calendário do montanhismo brasileiro. Os diretores do evento, Alexandre Diniz e Larissa Cunha, tiveram uma ótima idéia em 2004 ao introduzir a “Mostra Competitiva”, composta por filmes brasileiros, onde um júri popular elege os melhores filmes. Nesta 6ª edição, além do júri popular a Mostra teve também um júri oficial, composto por profissionais de cinema, e os filmes passaram a ser premiados nas categorias Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Filme pelo Júri Oficial.</p>
<p>A introdução da Mostra Competitiva foi um grande passo na trajetória do Festival, pois além de incentivar a produção nacional, os filmes brasileiros proporcionam um envolvimento maior com a platéia, tornando o evento uma grande festa e um encontro que celebra a cultura de montanha no Brasil e no mundo.</p>
<p>Entre a Mostra Competitiva, a Mostra Latino Americana e a Mostra Banff, foram exibidos ao todo 33 filmes, em um espaço de 3 dias… uma verdadeira maratona! Na Mostra Competitiva, destaque para os filmes <i>Leste; Pedindo Por Clemenzo; A Conquista   Uma História de Aventura; Paulo Bastos “Macaco”   Uma Vida</i>; e <i>3, 2, 1…Fui!</i></p>
<p><b>Mostra Competitiva</b> – <i>Leste</i>, de Christian Steinhauser e Priscila Botto, conta a história da via <i>Leste</i>, conquistada em 1974 e localizada no Pico Maior de Friburgo. O filme intercala depoimentos dos conquistadores com uma escalada atual da via, em um ritmo e uma narrativa semelhante ao <i>Cinqüentona Galotti</i>, eleito melhor filme em 2004, dirigido também pela Priscila Botto e o Paulo de Barros. A bonita paisagem de Salinas (Três Picos) e a representatividade da via na escalada nacional são os pontos altos do filme, além da presença dos conquistadores, que é sempre um prazer enorme escutar as histórias que tem para contar, e sentir um espírito de montanha de outra época.</p>
<p><i>Pedindo Por Clemenzo</i>, direção de Maurício “Tonto” Clauzet, foi outro excelente filme da Mostra. Muito bem filmado e editado, mostra o dia a dia de escaladores que estão acampados no Vale Campanile, Cerro Catedral (Frey), Argentina. Bem humorado, o filme culmina com a escalada da Agulha Principal, pela via <i>Pedindo Por Clemenzo</i>. A escaladora Roberta Nunes guia a escalada, e deixa um sentimento de muita saudade.</p>
<p><i>A Conquista   Uma História de Aventura</i>, direção de Gustavo Sampaio, foi eleito o melhor filme de 2006, pelos dois júris, popular e oficial. Foi uma boa escolha, o filme tem alguma coisa que se destaca um pouco mais que os outros, talvez na intensidade, tanto na escalada como na filmagem. O filme conta a história da conquista de uma via em uma montanha do Espírito Santo. Depoimentos de moradores da região dão ainda mais essência ao filme, com especial destaque aos versos de um “repentista”, e sua visão da escalada. O filme perde um pouco o ritmo quando sai da história principal e entra em um trecho de escalada esportiva, com a finalidade de mostrar o treinamento dos escaladores. Ao meu ver o filme se estendeu demais nessa parte, e salientou em excesso as vias esportivas, mostrando os nomes e graduação. Quebrou um pouco aquela sensação hipnótica de um filme bom, que vai envolvendo o espectador. Mas depois voltou à conquista no ES e ao mesmo ritmo, e não demorou muito para o filme ficar bom de novo.</p>
<p><i>Paulo Bastos “Macaco”   Uma Vida</i>, direção de Marco Terranova e Paulo Henrique Blokinho, foi eleito o segundo melhor filme da Mostra Competitiva. O filme relata a história do Paulo Macaco, escalador que se destacou muito na esportiva e bouldering nas décadas de 80 e 90, no Rio de Janeiro. Paulo contraiu o vírus HIV e em decorrência do mau uso de medicamentos, ficou cego. No filme, seus amigos escalam a via <i>Atalho do Diabo</i>, na face sul do Corcovado, e ajudam o Paulo a fazer a ascensão por meio de cordas fixas. Este é o tema principal do filme: companheirismo, amizades verdadeiras.</p>
<p><i>3, 2, 1…Fui!</i>, direção de Luiz Sabiá Tapajós, é um filme de B.A.S.E. Jump. Além de bem filmado e editado, tem excelente fotografia, e é narrado com bastante adrenalina e bom humor. Saltos incríveis, como do Pão de Açucar, e o ponto alto do filme: um salto do Dedo de Deus, vários segundos em queda livre, e um lindo visual.</p>
<p>Em breve a próxima notícia da 6ª Mostra Internacional de Filmes de Montanha, comentando sobre a Mostra Latina, a Mostra Banff, os eventos paralelos e as homenagens especiais.</p>
<p><strong><em>Este texto foi escrito por: Filippo Croso</em></strong></p>
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