Equipe sênior durante prova (foto: Divulgação)
A equipe brasileira de rafting conseguiu um ouro no campeonato mundial da modalidade, realizado entre os dias 4 e 16 de outubro, na Costa Rica. A equipe da categoria júnior foi a vencedora, com duas vitórias em quatro provas. As mulheres brasileiras, que participaram pela primeira vez de um mundial, levaram o 12º lugar. Já pela categoria sênior, a equipe bicampeã mundial terminou em quarto, mas foi prejudicada pela organização, segundo outros competidores e pessoas que também estavam na competição (leia abaixo).
O campeonato de rafting, tanto para júnior, feminino e sênior, é composto por uma etapa de tiro, na qual cada equipe percorre cerca de 500 metros no menor tempo possível. Depois, eles fazem uma perna de sprint, com duas equipes por vez, em disputa de velocidade. Em seguida há uma prova de slalom, quando é necessário passar entre bandeiras e, por último, uma corrida em descenso.
Segundo contou ao Webventure, Lucas Paulino da Silva, o Coré, capitão da equipe sênior (atletas com mais de 18 anos), a largada do sprint foi injusta. Na hora a gente não percebeu isso [o “erro” da organização], mas depois que terminamos, outras equipes vieram perguntar o que tinha acontecido, pois éramos considerados favoritos. Eles falaram pra gente: na hora que vocês foram largar, os caras [da organização] movimentaram vocês um pouco mais para trás e empurraram a equipe dos Estados Unidos um pouco mais para a frente.
Ainda de acordo com Lucas, isso aconteceu com diversas equipes e, segundo ele, foi proposital. Todas as equipes que estavam na margem viram isso. E não foi só com a nossa, aconteceu com outras também. Como a gente estava na pole [position], era para termos alguns segundos de vantagem, o que não aconteceu. A prova de sprint era a nossa prova forte, lamentou.
Como havia apenas 15 minutos para protestar sobre o resultado, e a equipe brasileira não havia filmado ou fotografado a largada, nenhuma decisão oficial foi tomada. Foi um campeonato bem disputado, mostra que a equipe vai bem. Acho que pelo fato de sermos bicampeões mundiais, não queriam deixar a gente ganhar. Mas isso nos fortalece para treinar mais e prestar mais atenção nesses detalhes. Da próxima vez também vamos levar uma câmera, avisa Coré.
Já a equipe da categoria júnior (atletas de 14 a 18 anos), que é bicampeã brasileira, teve um desempenho equilibrado no campeonato e disputou forte com países de peso no esporte, como Rússia e República Tcheca. A primeira prova, de tiro, eles terminaram em quarto lugar, pois erraram em uma das curvas. Na segunda prova, no entanto, se recuperaram, terminando em primeiro. Eles ganharam também no slalom, batendo a Rússia. Com essa classificação, podiam terminar o descenso em segundo para se sagrarem campeões o que aconteceu, pois os tchecos conseguiram ultrapassar em uma das últimas curvas.
Outros problemas. Além dos problemas na largada, a infraestrutura de hospedagem também foi alvo de críticas por parte do time brasileiro. “Comparando com todos os campeonatos que já fomos desde 2003, esse foi o que a gente pagou mais caro à organização. E, eles não forneceram nenhum alojamento. Tivemos de levar barracas, conta Coré. O espaço para acampar era de apenas 16 metros quadrados e os banhos eram tomados em canos de água gelada.
Para chegar até o local de prova, era necessário andar cerca de uma hora a pé, descendo uma ribanceira até o rio, ou pagar por um transporte privado. A organização bem que poderia ter montado uma logística para ter transporte, diz Coré.
Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi