O time brasileiro no Mundial (foto: Divulgação)
Com uma das menores delegações na disputa, o Brasil fez a sua estréia no Mundial de Canoa Polinésia (ou Havaiana) de curta distância, realizado na ilha de Hilo, no Havaí. Oito remadores competiram nas categorias V1 (individual) e V6 (equipe de seis atletas).
No total, o campeonato de Vaa (nome taitiano para a canoa) reuniu 1.800 atletas de 20 países ou regiões membros da Federação Internacional. Os taitianos dominaram os principais títulos, levando nada menos que 27 das 44 medalhas de ouro em disputa.
Apesar de não ter chegado às finais, a alegria dos brasileiros foi total. O nível foi muito alto. Remamos contra os pesos-pesados do esporte, principalmente os fortíssimos taitianos, comentou Nicolas Bourlon, um francês que mora no Rio de Janeiro há 15 anos. Aos 39 anos de idade, ele começou a remar na canoa quando morou no Havaí, em 1981 e atualmente é o melhor do Brasil nas provas de canoa individual.
No Mundial, Nicolas competiu na disputa individual e comandou a equipe de seis remadores atuando com cinco surfistas brasileiros que se mudaram para o Havaí para dropar ondas gigantes e usam as canoas para um treinamento mais intensivo. A equipe terminou em 6º lugar na prova de 500 metros e em 8º na de 1.500, nas semi-finais.
Nas disputas individuais, Nicolas chegou em 8º lugar na bateria eliminatória de 500 metros (quartas-de-final). As V1, que são canoas individuais sem leme, são muito exigentes tecnicamente e bem diferentes das canoas individuais com leme disponíveis no Brasil. Também temos treinado mais para as provas de longa distância, bem diferente dos sprints de 500 metros. Para 2006, na Nova Zelândia, temos de consolidar os eventos de sprint no Brasil, destacou Nicolas.
Outro destaque foi a brasileira Andréa Mohler, também radicada no Havaí. Competindo pela equipe Clube Ae ‘Ula o Kai, da Ilha de Maui, chegou em 4º lugar na final 500 metros open feminino, competindo na função de “stroker” – posição nº1 na canoa – responsável pela cadência das remadas. Em 2006 espero poder correr com a camiseta do Brasil, ressaltou a remadora.
Taitianos dominam – Foram cinco dias de provas e somente sete dos 20 países ou regiões participantes levaram medalhas. Taiti, Havaí e Aorearoa (Nova Zelândia) faturaram 123 das 132 medalhas. Os taitianos, como já era esperado, venceram com larga vantagem, levando 57 medalhas, 27 delas de ouro. Eles ganharam os oito cobiçados títulos das divisões open masculina e feminina – canoa individual masculina open 500m, canoas de seis remadores 500 e 1500 e canoas de 12 remadores 500m.
Trouxemos mais de 200 remadores. Esse é o nosso esporte nacional, festejou Gordon Barff, coordenador técnico da equipe do Taiti, que contou com atletas dos 16 até mais de 60 anos de idade. Na categoria masculina individual, os taitianos dominaram a prova, colocando seis remadores na final, contra um havaiano, um neozelandês e um neocaledoniano (França). O grande vencedor foi o taitiano Georges Cronstead.
Os donos da casa ganharam 39 medalhas, nove de ouro. Devemos tirar o chapéu para os taitianos, comentou o lendário remador Joseph Nappy Napoleon, que participou de quase todas as travessias Molokai-Oahu, a mais importante do Mundo. O Mundial é disputado a cada dois anos, desde 1984. A próxima edição será em 2006 na Nova Zelândia. Os resultados completos e galeria de fotos do evento estão disponíveis no site www.ocpaddler.com.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: agosto 18, 2004