Foto: Pixabay

Brasil não consegue bons resultados no Pan de MTB

Redação Webventure/ Biking

Fui atropelado por uma Barra forte  lamentou Edivando (foto: Amigos da Bike)
Fui atropelado por uma Barra forte lamentou Edivando (foto: Amigos da Bike)

O Pan-americano de MTB, realizado no Balneário Camboriú (SC) no último fim de semana (15), não foi como os brasileiros esperavam. Um dos principais favoritos, Markolf Berchtold, do Downhill, sofreu uma queda na final e deixou escapar a medalha de ouro, que ficou para o chileno Antonio Leiva. Patrícia Valenti, do Four-cross, fez uma boa prova, mas ficou com a segunda colocação.

Os ouros vieram em outras categorias: uma na Junior e três na Master. Na Junior, Henrique Avancini, de apenas de 17 anos. O garoto chegou a perder o primeiro lugar mas, nas últimas voltas, aumentou o ritmo e superou o segundo colocado com mais de três minutos de vantagem sobre o costarriquenho Gregory Obando.

Berchtold, que compete pela categoria Elite, havia vencido o qualify do dia anterior, mas uma queda no início da prova o tirou da disputa pelo ouro. O atleta ficou com a prata. “Cai onde não podia cair, o chileno não errou e conquistou a vitória. Mérito dele, e paciência, fiz o meu melhor. Queria muito o título, mas não deu”, explicou Markolf. Wallace Miranda, segundo melhor no qualify, acabou a prova na 17ª colocação.

Na Máster, Roberto Krutzsch ficou com a prata e Carlos More com o bronze. O campeão da prova foi o chileno Sebastian Vasquez. Outros brasileiros ocuparam a quarta, quinta e sexta posições: Normando Vinícius, Frederico Guilherme Yuri Morales, respectivamente. No revezamento por equipes, o Brasil terminou em segundo lugar. A Colômbia conquistou o ouro e o Chile ficou com o bronze.

Na categoria Júnior, Mauricio Acuna do Chile conquistou o primeiro lugar. “Pedalei em todos os trechos da descida, fiz muita força e estou muito cansado. Mas, valeu a pena, este ouro me favorece bastante no ranking da UCI, espero colher os frutos desta vitória”, afirmou. O chileno de 18 anos fez o quinto melhor tempo na geral, superando o brasileiro Doron Cattoni, que ficou em sexto.

Surpresa brasileira – O único primeiro lugar brasileiro na competição veio de uma garota catarinense de apenas 15 anos, Bruna Ulrich. A atleta foi a mais rápida do Elite feminino, marcando 3min28seg16. Mas, devido a sua idade, Bruna não computou pontos para o ranking internacional e nem pôde receber a premiação da categoria.

Patrícia Valenti conquistou a prata do Four-cross no feminino. “Foi muito duro, quase me faltou pernas para manter a posição. A vontade de trazer a medalha para o Brasil me deu forças para continuar pedalando. Estou muito feliz com o resultado, foi o melhor de minha carreira.”, declarou a brasileira.

Diana Margraf, do Equador, volta para casa com dois ouros na bagagem. “Não tenho palavras para expressar o que estou sentindo. É muito bom estar aqui e vencer no Brasil. Tenho vontade de mudar para cá e viver aqui”, explica a equatoriana.

As maiores conquistas vieram dos atletas da categoria Master. Foram três ouros e três pratas. “Valeu a pena demais! Eu estava treinando focado no Pan e a idéia era ser campeão. Graças a Deus, aos meus patrocinadores e a muito trabalho e dedicação eu consegui realizar esse sonho”, disse Amarildo Ferreira, que trouxe o primeiro ouro, na categoria Master A. Robson Aloísio Silva fez a outra dobradinha com Amarildo e trouxe a prata. Ao todo, foram três dobradinhas. “Foi um ano muito bom para mim. A idade está chegando, mas a força está aumentando”, explicou Almarildo.

Na Master B, Adolfo Mariano e Ricardo Alves fizeram a dobradinha verde e amarela. Adolfo abriu 2m37 de Ricardo que cruzou a linha de chegada com 2 minutos de vantagem para o terceiro colocado, o chileno Marcelo Armaza. Já na Master C, o veterano Weber Wind, abriu uma larga vantagem de mais de 6 minutos para Elvio Siqueira, que levou a prata para o Brasil. O argentino Jesus Marcelino, que ficou com o bronze, terminou 6 minutos atrás do brasileiro.

Jaqueline Mourão, principal atleta nacional do Elite Feminino, era outra grande promessa de medalhas, mas fechou a prova na quinta colocação. A atleta começou num ritmo forte, assumiu a terceira colocação mas não conseguiu sustentar a posição, terminando em quinto. A segunda melhor brasileira na competição foi Roberta Stopa, que terminou a prova na nona colocação. Érika Gramiscelli, atual vice-líder do ranking nacional, fechou a prova na 13ª colocação.

O atleta Ricardo Pscheidt foi decisivo para a conquista da prata brasileira no revezamento. Largando forte na última volta, Ricardo ultrapassou o chileno Javier Gallardo e conquistou o segundo lugar para a equipe brasileira.

Confira os resultados completos no site da Confederação Brasileira de Ciclismo: http://www.cbc.esp.br.

Fora do caminho – Parece “história de pescador” mas é real. Um morador pilotando uma bicicleta Barra Circular com uma criança na garupa, sem freios, desceu a ladeira da avenida principal, que margeia a praia de Laranjeiras, atravessou a fita zebrada que era utilizada para obstruir os carros enquanto os atletas cruzam a pista, e acertou Edivando Souza Cruz, até então 3º colocado na Elite Masculino. Faltavam apenas três voltas o final da prova.

O presidente da Federação Catarinense de Ciclismo, João Carlos de Andrade, definiu o ocorrido com “acidente”. Até o momento do impacto, Edivando tinha grandes chances de ultrapassar o segundo colocado, que estava a menos de dois metros à sua frente.

“Fui atropelado por uma Barra Forte. Quando você cai os músculos se contraem, tive que entrar em um processo de recuperação. Pensei em todo o treinamento que fiz para essa prova, em todo apoio que recebi durante o ano, consegui colocar a cabeça no lugar e partir para a recuperação”, contou o paulista Edivando, que com o acidente, caiu para a 10ª colocação na competição, mesmo terminando na sexta colocação da Elite.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: outubro 16, 2006

[fbcomments]
Redação Webventure
Redação Webventure