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Brasileira tenta escalar o Cho Oyu

Redação Webventure/ Montanhismo

Ana já está a 5.700 metros. (foto: Divulgação)
Ana já está a 5.700 metros. (foto: Divulgação)

Chegar ao cume do Cho Oyu, a sexta montanha mais alta do mundo. Esse é o objetivo de Ana Elisa Boscarioli. A cirurgiã plástica de 39 anos tentará ser a primeira mulher brasileira a percorrer os 8.201 metros da montanha.

Ana Elisa já está no Tibet, em processo de aclimatação. Junto com ela, na expedição, estarão outros alpinistas (um americano e uma americana, um australiano, um inglês e um sueco). O grupo ainda contará com dois guias neozelandeses e cinco sherpas.

Nascida em Igarapava, no interior do estado de São Paulo, a escaladora chegou ao Nepal no início de setembro. Agora, está no Campo Base Avançado (ABC), a 5.650 metros de altitude. A aventura começou com o vôo de São Paulo a Katmandu, onde encontrou a sua expedição e seguiu para o Tibet, na China, passando por Lhasa, Xigatse e Tingri.

De Lhasa a Xigatse foram 10 horas num veículo 4×4 por uma estrada em construção. Ao contrário do que aconteceu no início do ano, quando o mau tempo prejudicou a temporada no Monte Everest, o clima no Cho Oyu tem estado estável, com temperaturas agradáveis que permitiram bons treinos de escalada em rocha, rapel e jumar, fundamentos necessários para a ascensão. “Em geral posso ficar fora da barraca vendo a paisagem com apenas um fleece”, conta.

Nesta semana a expedição começou a montar os acampamentos mais altos. Já estiveram no Acampamento 1 a 6.400 metros, marcando o período final do processo de aclimatação. Entre o fim de setembro e início de outubro está previsto o ataque ao cume. A aclimatação de Ana Elisa tem sido tranqüila e ela se mostra forte para a subida. “Não senti, em momento algum, problemas decorrentes de altitude”.

Cerimônia – Além de preparar toda estratégia para o “summit day”, a expedição participou de uma cerimônia sherpa chamada “Puja”. Para a cerimônia é construído um altar de pedras, coloca-se um mastro com várias bandeiras com orações. Acredita-se que o vento propague as orações. Vários tipos de alimentos e bebidas são colocados no altar juntamente com incenso e, durante a cerimônia, arroz e farinha são jogados no altar. Os sherpas acreditam que este ritual traz boa sorte na montanha.

Mesmo no Tibet, Ana Elisa não deixou de ser médica. No Campo Intermediário entre o BC e o ABC, atendeu um condutor de iaque que havia esmagado o dedão de um dos pés com uma pedra. Havia 12 dias que acidente tinha acontecido e o homem estava apenas com uma fita de “silver tape” protegendo o machucado. “Apesar deles dormirem junto com os iaques e viverem numa total falta de higiene, ele não tinha infecção, nem febre. Como são nômades, espero que ele passe pelo Campo Base Avançado para trocar o curativo”.

Este texto foi escrito por: Webventure

Last modified: setembro 13, 2005

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