Os italianos Lorenzo Epis e Alessandro Anghileri e o brasileiro Marcelo Brandt integraram um grupo de pesquisadores da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e da ONG que bateu o recorde sul-americano de profundidade em caverna, durante uma expedição ao interior da Amazônia. De quebra, a turma ainda conquistou o recorde mundial em rocha quartzítica.
A expedição, que durou 30 dias e ocorreu entre julho e agosto do ano passado, teve 670 metros de desnível, no Abismo Guy Collet (AM-3). Antes de fazerem história, os aventureiros trabalharam por três anos na pesquisa e reconhecimento do território, considerado de complicadíssimo acesso.
A caverna encontra-se na Serra do Aracá, no noroeste do estado amazonense. A região, na fronteira com a Venezuela, é conhecida como tepuys brasileiros.
A aventura começou com quatro dias em diversas embarcações, num total de 300 quilômetros em meio a labirintos de verde. Depois, mais três dias à pé, enfrentando calor e umidade elevada, com insetos e animais selvagens.
Em determinado momento, a equipe teve de ser dividida em duas: uma de logística, que seguiu antes para a região preparando transporte, guias e provisões necessárias, além de ficar de prontidão para o caso de emergências; e outra de exploração, que se incumbiu de levantar o potencial espeleológico da região e documentar descobertas.
A caverna – A equipe de exploração se deparou com uma entrada no meio de uma parede de quartzito, um lance negativo de 35 metros, e decidiu concentrar os esforços neste local. Após descer o primeiro lance, chegou a um patamar de uns seis metros, o único nível topográfico positivo da caverna, descendo outro lance de 60 metros, onde encontrou interessantes espeleotemas, formações raras em quartzito.
Parecia ser o fim do abismo, mas voltando ao patamar anterior, eles encontraram outra via e o que se seguiu foi uma sucessão de lances extremamente técnicos, exigindo muito trabalho da equipe, com jornadas de mais de 15 horas.
A cada lance e estimativa de profundidade a equipe ficava mais empolgada e não queria parar. A partir dos 650 metros, a caverna começou a se afunilar cada vez mais e aos 670 metros finalizou num pequeno lago.
Este texto foi escrito por: Webventure
Last modified: janeiro 22, 2007