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Brasileiros comentam faltam de vento no 1º dia de regatas


Adriana não quer dia de descanso (foto: Thiago Padovanni/ www.webventure.com.br)

O primeiro dia de competições oficiais de vela nos Jogos Pan-americanos começou sem vento na Baía de Guanabara. Os velejadores foram para a água por volta do meio dia e permaneceram sob um sol escaldante até as 16h, ocasião em que a comissão de regatas decidiu cancelar as provas do dia.

Céu de brigadeiro e temperatura de 29°C, mas com ventos que chegaram próximos a zero nós de velocidade, foi o cenário que Robert Scheidt encontrou no mar. O campeão mundial de Star diz que assim como ele, a maioria dos velejadores gostou da decisão tomada pelos árbitros. “Essa época do ano é mesmo complicada, ainda mais porque esquentou bastante. Seria ruim ter uma regata nessas condições, com um nível técnico muito ruim e com espaço para zebras”.

Não muito favorável a intervalos no meio das provas, ele diz que provavelmente o dia reserva será usado para velejar. “Eu acho que no momento em que começa a competição, já se entra numa rotina e é complicado quebrar. Não tem muito jeito, na olimpíada é assim também e temos que manter o foco”.

Frustrações – Apesar de frustrado, Bimba concorda com Scheidt e diz que o cancelamento foi positivo para não nivelar por baixo a regata. “O vento estava bem fraco. Agora teremos a oportunidade de fazer um dia com três regatas, bons ventos e aproveitar melhor o nível de velocidade, em vez de contar só com a sorte”. Ele acredita que a frente fria que está sob São Paulo deva chegar ao Rio entre amanhã e terça-feira.

“É chato ficar na água sob um sol danado, meu cérebro já estava fritando. Preciso comprar um guarda-sol urgente”, brinca o atleta da RS:X. Além do sol, a fome também o prejudicou. “Não é fácil ficar tanto tempo a base de banana e barra de cereal. Não dá para comer muito, pois a qualquer momento podem dar a largada, então essa expectativa cansa muito”, ressalta o campeão mundial.

Quem também estava ansioso por estrear, mas terá que acalmar os ânimos um pouco mais é Alexandre Paradeda, timoneiro de Pedro Tinoco na Snipe. “Estávamos todos empolgados para começar, mas ficamos fritando no sol. A previsão de amanhã é de ventos mais fortes e poderemos recuperar”, comenta. De acordo com a regra, após cinco regatas disputadas, o pior resultado é descartado e, apesar do problema, Paradeda não acredita que haverá complicaões. “Talvez tenhamos prova no dia de descanso (24) como compensação”.

Patrícia Castro, da RS:X feminina diz que a expectativa do início e o sol forte acabam desgastando o atleta. “Quatro horas dentro d’agua e com fome não é fácil. Amanhã, se tiver vento vou entrar com a mesma energia de hoje para competir”. Assim como seus companheiros, ela espera que nessa segunda-feira Éolo (deus do vento) dê uma força e o campeonato finalmente comece.

Já Adriana Kostiw, da Lazer Radial, diz que prefere competir direto, do que ter um dia de descanso. “Eu não gosto nem de descansar um dia antes da competição, pois acho que quebra o ritmo”. Segundo ela, velejar nessa região durante o inverno só é possível se aparecer alguma frente fria, pois a intensidade dos ventos é muito fraca.

As regatas de amanhã estão programada para às 13 e 15h e o público que quiser acompanhar de perto pode se dirigir à Região da Marina da Glória, de onde é possível ter uma ótima vista da Baía de Guanabara.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda