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Brasileiros já estão no Chile para o Mundial de rali


Nevasca na fronteira Argentina-Chile deu susto na equipe Dunas. (foto: Marcos Ermírio de Moraes)

Direto de Los Andes (Chile) – Após atravessar os Andes as motos brasileiras desembarcaram hoje na cidade chilena de Los Andes para passarem pela vistoria obrigatória e receber a inscrição para o Por Las Pampas Rally 2002, sétima etapa do Mundial cross-country. Para todos os brasileiros, o desafio já começou nos Andes, na travessia da fronteira feita no dia de ontem debaixo de forte nevasca.

O primeiro a desembarcar em Los Andes foi José Hélio, que veio de São Paulo junto com sua equipe de apoio em uma longa viagem de carro. Recém recuperado de um grave acidente que o impediu de estar no último Rally dos Sertões, José Hélio é cauteloso sobre sua participação no Mundial. “Vai ser a minha primeira prova desde que voltei a correr. Também nunca andei por aqui, no terreno do deserto, então tudo vai ser uma surpresa”, comentou.

José Hélio, Flávio “Iguana” Carvalho e Fabrício Bianchini dividem a mesma equipe de apoio, que será responsável pela manutenção dos equipamentos e o reabastecimento durante a prova. Fabrício e Flávio chegaram hoje a Santiago e ainda são aguardados aqui em Los Andes.

Aventura na Cordilheira – Para Marcos Moraes, a aventura começou ontem na viagem de Mendoza, na Argentina, até Los Andes. “Achamos que ia ser tranqüila a viagem, era só atravessar os Andes e pronto”, explicou Balasso, que acompanha Marcos como apoio. “Só quando chegamos ao topo dos Andes é que percebemos que estávamos em meio a uma tempestade de neve. Os carros não freavam muito bem com o gelo, havia caminhões gigantescos atravessando a pista cheia de neve. Foi um certo sufoco”, comentou, aliviado.

O grupo passou pela fronteira internacional em um dia de muita nevasca e fortes ventos que quase fechou a estrada. Após algumas horas de sufoco, andando em velocidade lenta, o grupo conseguiu seguir em frente e descer a Cordilheira, já no lado chileno, tendo passado a noite em Llay-Llay, onde ocorrerá nesta segunda-feira o prólogo de largada da primeira especial.

Divulgação – Para Marcos, estar no Mundial é sempre uma oportunidade de divulgar o Rally dos Sertões, que ele organiza. “Eu venho com a intenção de me manter atualizado sobre como está sendo feita uma prova oficial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Quero ver como é o regulamento, a cenografia e, é claro, tentar divulgar o Sertões aqui entre os pilotos latino-americanos e também entre os estrangeiros”, explicou.

Além de observar, a prova Marcos também vai ter de se concentrar nas dunas do Deserto de Atacama. “O começo, pelo que vi nas fotos, deve ter muito cascalho e pedras; a navegação vai ser muito importante. Já nas dunas deve ser mais ou menos o que vi no Dakar (Marcos participou da prova em 2000). Mas acho que não devem ter feito uma prova muito difícil pelo nível médio dos pilotos que estão participando”, acredita.

Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur