A expedição é feita em hobbie-cats barcos que se parecem com jangadas mas com aparato tecnológico (foto: Divulgação)
Pela primeira vez uma dupla de brasileiros conseguiu cruzar o temido Cabo Horn, no sul do continente americano, em dois hobbie-cats. Beto Padiani e Gui Von Schmidt partiram em novembro passado do Chile para percorrer a chamada Rota Austral – entre os oceanos Pacífico e o Atlântico e conseguiram passar ontem pelo ponto mais crítico do percurso. Localizado no ponto mais extremo da Patagônia, o Cabo Horn, conhecido como “Monte Everest dos mares”, ganhou fama por suas radicais mudanças metereológicas – o vento pode ir de 15 nós (27 km/h) para 50 nós (90 km/h) e as ondas de um a dois metros para mais de 15 metros. Trata-se de um arquipélago com formações rochosas de até 426 m de altura e icebergs gigantes.
Os dois velejadores vão percorrer sete quilômetros da costa sul, passado pelo Chile, Argentina e Uruguai até chegar ao Rio de Janeiro, provavelmente em abril de 2001. Os tripulantes estão expostos às temperaturas baixas no extremos sul até voltar à zona tropical no barco que tem o desenho semelhante ao de uma jangada, mas possui equipamentos modernos para garantir a segurança, monitoramento e comunicação via satélite.
Convivência desafia mais – Outro desafio para Gui e Betão é que os dois estão sozinhos no mar – os outros dois integrantes da equipe de apoio estão sempre em terra, preparando o acampamento na praia a cada dia. “Na água, um escolta o outro, um gera imagem do outro e dividimos nos barcos a carga que temos de levar”, explica Gui, que é fotógrafo profissional. “A maior dificuldade é o relacionamento. É pior do que um casal”, brincou Betão em entrevista ao Webventure antes da partida da expedição, que pode ser acompanhada no site www.rotaaustral.com.br
Este texto foi escrito por: Webventure