André disse que foi cuidadoso com o caminhão para chegar ao fim da prova e garantir o segundo lugar. (foto: Webventure)
Direto de São Paulo (SP) – Comemorando o pódio em três categorias, os brasileiros estão de volta do Dakar 2003. A equipe Petrobras Lubrax chegou hoje a São Paulo e se reuniu com a imprensa. Além de algumas curiosidades sobre o rali mais famoso do mundo, o time comentou possíveis mudanças para equilibrar a competição e planos para próximas edições.
Klever Kolberg, um dos fundadores da equipe, como sempre foi o primeiro a falar e tratou de elogiar o mecânico Geraldo Lima, responsável pela moto de Jean Azevedo, e também Jean. Trabalhando de forma afinada, eles obtiveram um histórico quinto lugar na geral de motos. Podia ser melhor, disse Jean. Durante o rali eu poupei a moto para não quebrar nada e não ter que trocar nenhuma peça. Assim, eu poderia voltar para casa com dois troféus, o da Marathon, que tem essa exigência, e o da Production 1.3, revelou.
No fim do Dakar, Jean acabou tendo de trocar uma peça da moto e automaticamente saiu da Marathon. A ação, no entanto, o manteve tranqüilo para confirmar a vitória na Production 1.3. “Se a peça tivesse quebrado no meio do rali, eu saberia que não ia continuar na Marathon e poderia acelerar mais. Quem sabe, ficasse em quarto na geral”, vislumbra.
Impecável – O elogio impecável foi dirigido a André Azevedo, vice-campeão no Caminhões o melhor resultado do Brasil na história de suas participações no Dakar. André comentou que também foi muito cuidadoso com seu caminhão Tatra para chegar até o final.
O navegador Lourival Roldan comentou sua estréia, nos Carros, ao lado de Klever, e destacou paisagens com as quais nunca sonhou. Numa etapa o caminho foi ficando cada vez mais estreito, ladeado por montanhas. Chegou um ponto em que senti o carro embicar para baixo: era uma descida de 200 metros!
Caminhões à toda – A velocidade dos caminhões alguns chegavam a ultrapassar carros foi destacada por Lourival. E André completou: Todo dia largávamos no meio dos 20 carros mais rápidos. Klever emendou: Para mim, em 16 anos de Dakar, foi um dos mais velozes. Por tabela, dos mais perigosos. E fácil também. Havia muitas grandes retas. Todos tivemos medo: de quebrar, de sair voando numa duna. É normal.
A meta agora é a vitória na geral, em Motos e Caminhões. Estamos falando nisso na hora certa, afinal já são 16 anos de história, diz Klever. Para André brigar pela vitória, seria necessário diminuir a diferença de potência do caminhão dele para os das equipes de fábrica.
E Jean diz o que ainda lhe falta: Achar o caminho certo facilmente. É isso que faz a diferença para os pilotos de ponta: eles largam na frente de todo mundo e sabem achar o caminho. No Dakar, isso ainda é difícil para mim. Pretendo ganhar algumas etapas na geral, em 2004, para experimentar como é largar sem ter rastros para seguir.
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira