Raphael Mesquita é atendido na chegada (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Atualizada às 18h42
Direto de Rio de Contas (BA) – Se para os estrangeiros as dificuldades anunciadas na véspera não se concretizaram na trilha, para os brasileiros da categoria Open a quarta etapa foi, sim, a mais difícil até agora. Os 95 quilômetros de laço na região de Rio de Contas tiveram um acúmulo de 1.750 metros de subida, atingindo os 1.500 metros de altitude na travessia da Serra das Almas em que os competidores tiveram de carregar a bike nas costas por 800 metros. Para aumentar o desgaste, após a chuva leve no início da manhã, o sol nordestino apareceu tímido, porém quente entre as nuvens da Chapada.
Melhores brasileiros na classificação acumulada, Ricardo Pscheidt e Gilberto Góis chegaram estafados de volta em Rio de Contas, com o quinto lugar na geral. Pscheidt está mal de saúde desde a primeira etapa e ao chegar foi direto para o banho. Já Góis parou para explicar as dificuldades da etapa para a dupla: Hoje foi a etapa mais difícil até agora, o percurso mais duro. Ainda tivemos problemas mecânicos. Não iríamos perder tanto tempo se não fosse isso. O Pscheidt não está legal, mas tem muita raça. Já eu estou me sentindo cada dia melhor, mas ainda me doem muito os braços por causa da trepidação, conta o brasileiro, que está voltando para o mountain bike depois de competir diversas provas de estrada. Gosto de estrada e mountain bike, mas quando o sofrimento é demais eu prefiro asfalto, desabafa Góis.
O destaque brasileiro do dia ficou para o quinto lugar para Raphael Mesquita e Cícero Silva, da equipe Moda Cup. A dupla chegou praticamente empatada com os tchecos Horak Martins e Spolc Milan. Teriam até chances de ganhar nos últimos metros, porém Raphael estava com a bike avariada por causa de uma queda e não conseguiu acompanhar o ritmo do companheiro. O atleta chegou pedindo atendimento médico, com o braço sangrando.
Cícero nasceu em Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, e tem sofrido a dificuldade do percurso da Chapada. Foram muitas descidas técnicas, e não sou bom nisso. Preciso deixar meu parceiro na frente para ver se consigo acompanhá-lo. Mesmo com ele quebrando a bicicleta está tudo bem conosco, foi uma boa etapa. Não dá pra reclamar, já que estamos chegando inteiros em todas. Não sabia da minha capacidade até competir com esses estrangeiros, conta alegre. Ele não conseguiu explicar um motivo para a queda do parceiro, mesmo seguindo logo atrás no momento do acidente. Foi uma fatalidade, não havia nada no terreno que pudesse fazê-lo cair. Com isso ele quebrou o câmbio e terminou a prova fazendo muita força, admite.
Baixa – Após a contratura muscular de ontem, Edivando de Souza Cruz foi obrigado a abandonar a prova e não largou hoje. Seu parceiro, Odair Pereira, também não continuou na prova. A dupla está fora da primeira edição da Claro Brasil Ride.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: novembro 17, 2010