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Brasileiros têm problemas na final de dificuldade do Pan de Escalada


Cesinha teve problemas na final (foto: Ricardo Leizer)

A boa expectativa brasileira na prova de dificuldade do Campeonato Pan-americano de Escalada, que está acontecendo em Quito, no Equador, foi frustrada nesta sexta (21). Depois de César Grosso e Janine Cardoso passarem à final da modalidade, ambos tiveram problemas na decisão, conquistando o 10º e 7º lugares, respectivamente.

Antes mesmo de iniciarem as finais da competição de dificuldade, Cesinha e Janine tiveram que lidar com dificuldades extra-prova. Após seguirem os horários do site do IFSC (International Federation of Sport Climbing), que informava o isolamento a partir das 8h30, os brasileiros tiveram uma surpresa ao chegarem ao local onde seriam realizadas as disputas.

“Quando chegamos ao Complexo às 8h33, assim como a equipe mexicana, descobrimos que o isolamento havia acabado de fechar. Por 10 minutos permanecemos separados do resto dos competidores, ‘de castigo’, enquanto o júri decidia se os mexicanos e os brasileiros poderiam competir na final por causa do ‘atraso’. Como não havíamos recebido o informativo atualizado que antecipava o cronograma em meia hora e o horário continuava errado no site do IFSC, a decisão do júri foi nos deixar competir”, contou Janine.

Durante a competição, mais complicações. No masculino, Cesinha aparecia como um dos favoritos, ao lado do mexicano Maurício Huerta. No entanto, o brasileiro, último atleta a escalar a parede final, caiu após perder o apoio do pé em uma agarra invertida da via, terminando sua participação bem antes do que todo o público presente esperava.

“Lemos a via, via longa com 58 movimentos imponentes, com cruxs e descansos. Fui o último a escalar, entrei muito confiante e motivado, sabia que podia mandar a via. Ainda na leitura vi acima muitos lances de arestas e diedros (onde normalmente sempre me encaixo bem). Estava tranquilo, tentei um movimento de uma maneira e não era assim, mas tudo bem. Só voltar a mão, trocar o pé e ir com a outra mão. No meio disso, tudo muda em menos de um segundo… quando me dei conta, meu pé já tinha vazado no reglete abaixo invertido… complicado. Estava me sentindo muito bem e antes mesmo de me desencordar com o braço novo, já fui tomado por um gosto pior que o azedo e amargo juntos e uma dor de cabeça forte…”, contou Cesinha em seu blog. Na classificação final entre os homens, o México terminou com o título continental, seguido por Chile e Argentina.

Mulheres – Entre as mulheres, Janine estava mantendo um bom ritmo após 22 movimentos. Porém, um erro acabou atrapalhando os objetivos da atleta. Segundo a brasileira, a falta de aquecimento determinou seu resultado. “Sem dúvida, devidamente aquecida, acredito que eu poderia ter ido um pouco mais além, alcançando talvez um 2º ou 3º lugar se eu tivesse vivido outras circunstâncias neste dia”, afirmou.

A campeã na categoria foi Sasha Digiulian. Depois de ser a única competidora a completar todas as vias da fase de classificação, a americana mais uma vez mostrou muita habilidade e força, superando a venezuelana Francis Rodrigues, segunda colocada na prova de dificuldade.

“Não sou hipócrita de dizer que ‘tudo bem, passou!’, mas sei que tenho experiência e cabeça suficiente pra saber que logo irá passar e amanhã é outro dia. E se ontem tive que virar a página, viro também a página de hoje. Hoje foi o segundo dia da competição. Meu foco agora é exclusivo pra boulder, quero ver nosso hino tocar no domingo”, afirma Cesinha.

Durante a tarde desta sexta (21), Cesinha inicia mais uma disputa, nas provas de velocidade, que começarão e terminarão no mesmo dia. Janine, no entanto, voltará a competir apenas no sábado (22), nas disputas de boulder.

Este texto foi escrito por: Webventure