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Brasileiros trocam navegador por mecânico para enfrentar o Dakar


O trio do caminhão André Maykel e o mecânico Mira (foto: André Chaco/ Webventure)

Direto de Buenos Aires – O Dakar 2009 terminou mais cedo para o brasileiro Reinaldo Varela, por causa de problemas mecânicos. Uma obstrução em um dos tanques de diesel causou uma pane seca, e ainda rendeu a noite no deserto do Atacama para ele e o navegador, na época, Marcos Macedo. Quando a equipe de apoio chegou, na manhã seguinte, consertou o carro em 15 minutos e todos puderam sair do local. Para tentar evitar a mesma situação nesta edição, Varela colocou seu mecânico de 2009, Erley Ayala, como navegador.

No mesmo caminho está Klever Kolberg, que larga com o primeiro carro a álcool na história da competição, e tem como navegador o engenheiro e consultor da Mitsubishi, Giovanni Godoi. O navegador participou do Dakar 2009 em um dos caminhões de apoio que seguem dentro da prova, e para esta edição acompanhou de perto a preparação de seu veículo, uma Pajero Flex.

Para Reinaldo Varela, ter uma dupla com mais experiência em mecânica do que em navegação é útil em provas longas. “É mais fácil ensinar navegação para um mecânico, do que mecânica para um navegador”, afirmou.

“Esse é um conceito que pretendo adotar nos ralis longos. Entramos sempre em busca de um bom resultado, e depois de alguma quebra, passamos a apenas participar do rali. A nossa grande satisfação é chegar no final, não tem como ficar de fora por um probleminha qualquer”, disse Varela.

Nesse sentido, as equipes de caminhão possuem uma vantagem, já que podem levar três pessoas dentro do veículo e, em todas, o terceiro elemento é sempre um mecânico. O time brasileiro composto por André Azevedo e Maykel Justo, da equipe Petrobras Lubrax tem o reforço do theco Mira Martinec, especializado no caminhão Tatra da equipe.

Além dele, o navegador Maykel também participa da manutenção. “No caminhão é mais fácil, pois levamos um mecânico da fábrica junto, mas ao longo desse tempo eu também adquiri um certo conhecimento técnico, e sempre que tem algum problema eu fico do lado do Mira, desmontando o que for preciso. A maioria dos problemas envolve troca de peça, o Mira e eu damos conta do recado”, explicou o brasileiro.

“Acho que a tendência é de todos os navegadores conhecerem sobre mecânica, isso ajuda no resultado. Já houve casos em que por um detalhe, uma peça de um Real, a dupla abandonar a prova, porque não conseguiu chegar nela para trocar, não tinha o conhecimento”, completou Maykel.

Uma vez mecânico… – Para Erley, a tarefa de navegador ainda não começou. “Hoje fazemos a vistoria do nosso carro, então ainda estou só como mecânico, preocupado todos os detalhes para passarmos nessa vistoria. Navegador mesmo será só a partir da largada”, disse.

Segundo ele, uma de suas tarefas será diminuir a vontade de acelerar do piloto. “Nós andamos algumas provas juntos, o entrosamento está bom. Falei para ele pilotar um pouco mais lento, para termos sincronismo. E acho que esse ritmo mais lento que andamos é o que precisamos manter aqui no Dakar, para podemos chegar no fim”, afirmou o navegador.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa/ Webventure