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Calor, esforço e tombos marcaram pilotos de moto


Juca Bala agora líder fez questão de posar com as crianças que o esperavam no fim da especial. (foto: Luciana de Oliveira / www.webventure.com.br)

Direto de Carolina (MA) – Pilotar em moto no Rally dos Sertões já é uma missão quase impossível. Afinal, a mesma pessoa tem de conduzir a moto, navegar ou seja, prestar atenção nos aparelhos de navegação e na planilha e está sozinha. Na segunda especial desta terça-feira, com 140 km e muito trecho de areião, debaixo de um sol fortíssimo já no Maranhão, toda a dificuldade foi elevada ao quadrado. Os tombos foram muitos, o equipamento foi danificado e muitos se perderam na navegação.

No fim do trecho cronometrado, onde a nossa reportagem aguardava os pilotos, as cenas eram as mesmas. Primeiro, parar a moto na pressa, o piloto Jackson Feuback até caiu um tombo metros antes do fim da especial e Curió percebeu que perdera o cartão com o carimbo confirmando sua passagem por um Posto de Controle, o que rende penalização. Depois era tirar o capacete, exibindo o rosto marcado pelo pó. E pedir água. Até as motos estavam precisando de combustível e o carro-bomba estava lá para reabastecê-las.

Juca achou que estava perdido… – “Foi muito difícil. Era uma estradinha cheia de areia, com muitas armadilhas”, definiu Juca Bala, que hoje se tornou líder nas Motos. Mas não sem custo. “O meu GPS pifou logo no começo e eu tive de vir roteirando só no odômetro. Teve uma hora que eu achei que estava perdido, pensei em voltar, aí arrisquei e não estava. Aí me animei mais. A navegação estava bem difícil, quem não viesse ajustando o odômetro referência a referência realmente se perdia”.

Chegar era tão animador que Fabrício Bianchini, de volta depois de um acidente no segundo dia do Rally, deu pulos e vibrou muito. Pudera: “Meu odômetro parou de funcionar e a sorte foi que segui o piloto Paulo Vilaça o tempo todo”.

Dois tombos e furo no tanque – Alívio era a expressão de Cláudio Nogueira, que quase não chega ao fim por falta de combustível. “Na primeira especial eu já levei um tombo, mas deu tempo de me refazer. Na segunda especial, logo no começo dela, vacilei de novo, bati numa vala e caí. Furou o tanque e começou a vazar muita gasolina. Por sorte, o furo foi na parte de cima do tanque, então a gasolina foi contada aos ‘ml’ até chegar aqui. Foi um custo chegar, viu!”, desabafou o mineiro. Francine Rossi foi outro que num tombo teve toda a frente da moto danificada.

E o calor? Ramón Volkart esgotou os quatro litros de água que levou para o trecho. “Parecia que saía fogo do mato”, definiu. André Buzzo, ao chegar, acreditava que suas mãos deveriam estar “em carne viva”, tamanho o esforço na pilotagem.

Atendimento médico – E Glauco Guimarães chegou até a ser atendido na chegada pelo chefe da equipe médica, Clemar Corrêa. “Eu estava vindo na poeira de um amigo e eu entrei numa erosão e caí. Bati o ombro, mas na hora não percebi e um, dois quilômetros depois foi que eu senti uma dor forte no ombro. Diminuí a velocidade e fiz os últimos 40 km bem devagar, só para conseguir fechar sem forfetar e graças à Deus consegui”, contou. Clemar o examinou e descartou fratura, mas aconselhou o piloto a fazer uma radiografia em Carolina (MA), a cidade onde a caravana do Rally vai pernoitar hoje e de onde parte nesta quarta-feira para mais uma batalha de pilotos e trilhas.

Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira