Este foi o dia do padecimento das equipes estrangeiras na Expedição Mata Atlântica 2001. Até a canadense Subaru Outback, que ontem surgiu arrasadora, abrindo grande vantagem sobre os 47 adversários que com ela largaram, já está na lista dos que desistiram da briga pelo título vencida pela alta temperatura. A Intersport, formada por atletas franceses e a vice-campeã do Eco-Challenge 99, Emma Rocca, também sucumbiu ao intenso calor da Amazônia.
Desde as primeiras horas do dia foram inúmeros os tratamentos por princípio de desidratação e mal estar realizados pelos médicos do evento. Já imaginávamos que seria uma prova brutalmente desgastante. O sol foi violentíssimo. As equipes estão assustadas, resume Clemar Corrêa, coordenador da equipe médica. As informações são de que, até a manhã de hoje, haviam sido consumidos oito litros de soro.
A baixa na Subaru foi Trisha Westman, que passou mal durante o trecho de bike entre os PCs 4 e 6. A equipe chegou a sair para o trekking, mas retornou ao posto 6 e aguardaria lá até as 22h de hoje, horário em que acontece o primeiro corte da corrida: quem preferir poderá seguir na categoria Aventura, cujo percurso é mais curto do que o da Expedição, onde todos largaram.
Treino para o Vietnã – Pascal Bahuaud, da Intersports, também sofreu com problemas no estômago ainda no trekking entre os PCs 3 e 4, que antecedeu a etapa de bike. Paramos várias vezes no caminho. Chegando ao PC 6, ele vomitava muito, não tinha forças para comer ou beber, explicou Emma Rocca. O time veio para a EMA para sentir o que é correr em alta temperatura e floresta: eles se preparam para o Raid Galouises, que será no Vietnã, na última semana de abril de 2002.
Foi uma boa preparação, apesar de termos abandonado a prova tão cedo, conta a espanhola. Entendemos como nossos corpos reagem a uma temperatura de 38 graus. É preciso saber administrar bem a velocidade, não adianta acelerar num calor desses.
Um trio muito animado chegou somente no fim da tarde ao PC 6. Era a International Adventurers, formada por um inglês – David Ogden -, um atleta do Chipre – Primus Lambert – e dois guatemaltecos – Kristel Dorian e Julioandre Piedra Santa. Os dois primeiros já têm mais de 50 anos, mas não falta fôlego para o desafio. A vontade de conhecer a Amazônia trouxe este grupo de amigos até aqui. Mas o calor castiga, admitem eles, que seguirão na prova num ritmo tranqüilo: “Tomara que venha uma chuvinha por aí!”.
Este texto foi escrito por: Gustavo Mansur e Luciana de Oliveira
Last modified: novembro 26, 2001