Iguana foi o melhor da categoria Production (foto: Douglas Fagundes/ www.webventure.com.br)
Direto de Porto Seguro (BA) – Terminou a 14ª edição do maior rali da América Latina. O Rally dos Sertões tem 14 campeões na modalidade Cross-country, tanto na classificação geral como nas categorias.
Nas motos, o campeão geral foi o francês Cyril Despres, que se impressionou com a prova brasileira. Ano que vem estarei de volta, e acredito que mais estrangeiros virão. É uma prova longa e difícil, parecida com o Dakar, mas lá ficamos fechados no mundo do rali. Aqui no Brasil conseguimos interagir com as pessoas, e são todas maravilhosas. Gostei muito do rali, disse o campeão. Seu compatriota, David Castou, segundo colocado na geral, gostou das paisagens durante o percurso. Foi uma prova muito bonita, com cenários soberbos, disse.
Nos carros, João Franciosi e Rafael Capoani quebraram uma hegemonia de cinco anos das equipes oficiais de fábrica e levaram a prova. Acho que esse resultado é bom para o rali. É a conquista de um sonho, e prova que não é preciso ter uma super equipe com patrocínio oficial para vencer, comentou o piloto baiano. Para ele, chegar em casa como o campeão aumenta a emoção da vitória. Assim que entrei na Bahia eu assumi a liderança e estar em casa me motivou mais para essa conquista, completou.
Alívio – O navegador Rafael Capoani está aliviado em chegar em Porto Seguro. Largamos para essa especial muito nervosos, mesmo sabendo que a diferença era grande. Chegar nesse mar lindo depois de vários quilômetros comendo poeira é sensacional, disse. Sobre a vitória no rali, ainda não caiu a ficha, disse.
As motos foram dividias em nove categorias, Além do campeão na geral e da Super Production Aberta, Cyril Despres, mais oito competidores comemoraram a vitória no Sertões 2006. Um deles é o paulista José Hélio, que venceu na Super Production até 450cc. Foi um rali difícil, como todos os outros. Eu não fiz um bom começo de rali, cheguei a ficar desanimado, mas depois da quinta etapa eu voltei para a prova, continuei na briga e consegui passar o Juca Bala, comemorou.
Flavio de Carvalho, o Iguana, foi o melhor da categoria Production. Nesses dez anos que faço Rally dos Sertões, esse foi o mais difícil. A parte do Jalapão, depois o Jalapinho no dia seguinte, e aquele areião da especial até Barra foi massacrante físicamente. O rali inteiro foi muito técnico. Meu objetivo era ficar entre os 20 primeiros, chegar em quinto na geral e primeiro na categoria foi uma surpresa mais que agradável, comemorou o piloto.
Carlo Collet conseguiu o pentacampeonato nos quadriciclos com mais de seis horas de vantagem para o segundo colocado. Foi o Sertões mais difícil que eu já fiz, muito disputado, mas valeu muito, contou. As duas últimas vitórias dos quadris no Sertões têm uma coincidência no mínimo engraçada. Ano passado o Robert Nahas correu com o número 24 e foi campeão, mas todo mundo brincou com ele. Agora foi a minha vez de competir como o 24 e também fui campeão, contou.
O sobrinho de Carlos Collet, Marcos Vianna, foi o segundo colocado em sua estréia no rali. Ele veio mais para me ajudar e curtir, mas não teve nenhum problema e conseguiu o segundo lugar, foi muito legal, comentou.
Carros – Nos carros, os campeões na Super Production foram Marlon e Joseane Koerich. Essa vitória tem um sabor muito especial, pela dificuldade que passamos nesse rali. Nós tivemos muitos problemas, mas não desistimos nunca. A vitória veio corar essa insistência e superação, comemorou a navegadora catarinense. Depois de um rali difícil como esse, onde tanta coisa aconteceu, só chegar aqui já é uma vitória. Nos propusemos a brigar pela categoria e conseguimos vencer, estou muito feliz, disse Marlon
Este texto foi escrito por: Daniel Costa