
Desafio de Iracema (foto: Marilin Novak/ www.webventure.com.br)
Direto de Guaramiranga (CE) – Uma segunda vitória parcial deu à equipe Os Cangaceiros Stark Nissei o título antecipado de campeã do Desafio de Iracema, na categoria Expedição. A corrida de aventura está acontecendo no interior do Ceará e termina amanhã, domingo.
Fazendo uma prova de recuperação – eles estavam em terceiro lugar no começo da corrida – os cearenses terminaram o segundo dia do desafio após 7h35min. A largada aconteceu no município de Canindé (CE) e acabou em Guaramiranga (CE).
Em segundo lugar chegou a equipe Tapuia (Natal/RN), depois de 23 minutos. O Desafio de Iracema atravessa o sertão cearense em direção à capital Fortaleza.
Como foi a vitória – A vitória da equipe Os Cangaceiros Stark Nissei foi decidida a poucos quilômetros da chegada, no trekking. O trio, literalmente puxado pela atleta Tamara Bogli, conseguiu alcançar a Tapuia, que se demonstrava mais cansada.
Depois dos seis atletas pararem juntos na torneira de uma casa para se refrescar, eles encontram uma bifurcação a 130 metros dali. “Foi neste ponto que a prova foi decidida”, conta o organizador Zé Filho, que acompanhava a cena de dentro do carro.
A Tapuia optou pelo caminho da esquerda, enquanto a Os Cangaceiros pela direita, que era o caminho certo.
Foram três modalidades a partir da largada, na igreja Nossa Senhora das Dores, em Canindé: uma prova de orientação dentro da cidade, uma perna de mountain bike com 42 quilômetros e um trekking de 13,34 quilômetros.
Antes da largada os militares da Federação Cearense de Orientação fizeram um briefing com os atletas e o médico Valderi de Souza Júnior deu dicas para amenizar os efeitos do calor excessivo. “Ontem duas pessoas passaram mal por causa do calor. É essencial filtro solar e água com regularidade”, lembrou o profissional.
Na primeira parte, a prova de orientação, a Tapuia se deu melhor, chegando em primeiro, seguida pela Primus Adventure e Os Cangaceiros Stark Nissei. Para Daniel, da Primus, “a perna seguinte de bike seria mais difícil que a de ontem” por ser mais longa e estar num trecho muito árido do sertão nordestino.
Lua forte – Dito e feito. O atleta Paulo Pereira Brandão, da Os Cangaceiros, foi um dos que sentiu a “lua forte” sobre a cabeça. Ele já havia passado mal ontem e hoje a delibitação piorou. “Eu vomitei várias vezes durante o caminho”, contou ele no final do trecho de pedal, que terminou na fazenda Casa de Pedra.
Na casa desta fazenda, que mais parecia uma cidade abandonada, era a área de transição para o último trecho de hoje: um trekking subindo o Maciço de Baturite. Esta serra é o limite da seca. Dali para a frente o cenário muda, parecendo um outro país.
A caatinga seca e sem vida dá lugar a uma região com muito verde, um clima mais ameno (cerca de 25 graus) e uma cidade, Guaramiranga, apelidada de Campos do Jordão cearense.
A situação socioeconômica também é diferente: as casinhas pobres dão lugar a mansões e a um comércio voltado aos fortalezenses mais ricos, que frequentam a cidade.
Também largaram hoje as seis equipes da categoria Aventura. Amanhã, se juntam mais sete equipes da categoria Iniciantes. Hoje, os 24 atletas da Aventura, todos de Fortaleza, fizeram o mesmo percurso da categoria principal.
No começo da prova a colocação era a seguinte: equipe O Cravo e as Rosas (1º), Extreme Adventure (2º), Clã Selvagem (3º), Amigos do Sertão (4º), Os Papa-capim (5º) e Equipe 11 (6º). Até o fechamento desta matéria nenhuma equipe ainda havia chegado à Guaramiranga.
Todas as equipes (de todas as categorias) são formadas por quatro integrantes, mas apenas três correm, num sistema de revezamento. Faz parte da estratégia das equipes escolher quem descansa em cada trecho.
Amanhã acontece a última etapa da prova, onde serão decididos o segundo e terceiro lugar da categoria Expedição, o campeão da Aventura, além da junção de mais sete equipes da categoria Iniciantes. A corrida acaba em Fortaleza.
Este texto foi escrito por: Marilin Novak
Last modified: novembro 19, 2005