O canicross nasceu no Reino Unido, há mais ou menos 15 anos. Surgiu do treinamento de cães que puxam trenó. No inverno, eles ganhavam muito condicionamento físico por causa desse trabalho e no verão perdiam tudo. Por esse motivo seus donos começaram a correr com eles no verão, usando o colete de tração, uma guia e um cinto. A guia vai conectada ao colete de tração e ao cinto do corredor. Logo foi percebido que os cães começaram a ficar mais ligados aos seus donos, mantinham o condicionamento e a prática trazia benefícios para ambos.
Não demorou muito para começar a aparecer corridas regionais, nacionais e continentais. A modalidade atravessou o Oceano Atlântico, chegando às Américas. “Hoje temos uma federação internacional. A IFSS é a autoridade maior do esporte, ela tem os seus derivados como, por exemplo, o bikejoring que usa uma bicicleta de Mountain Bike XC”, conta Willian Oliveira, atleta e treinador de canicross.
As competições clássicas são curtas, com uma distância que dificilmente passa de 6 km. É preciso lembrar que, assim como seres humanos, cachorros precisam de treino para correr. Você deve prepará-lo antes de competir em uma prova de canicross. “Nenhum cão começa correndo 6 km ou mais. O treino deve ser gradual e constante para adaptar a musculatura e o sistema respiratório a resistir por longas distâncias”, afirma o veterinário Leandro Almeida. Caso você não respeite isso, seu animal pode sofrer lesões musculoesqueléticas, ou até mesmo desmaios por falta de oxigenação.
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O percurso pode ser técnico (com muitos obstáculos, trilha, rios, subidas e descidas) ou mais planos e simples (menos técnicos). No Reino Unido, as largadas normalmente são contra relógio ou largam em varias baterias de grupos de quatro ou cinco atletas. Isso não significa que em outros países funciona da mesma forma. “Já vi largadas com mais de 50 ao mesmo tempo” afirma Willian.
Fugindo das provas clássicas, na França existe uma prova que acontece todo no mês de agosto, é praticamente uma ultra de canicross, são oito dias de prova, 10 percursos diferentes, 250 duplas, totalizando 65 km com um desnível positivo que passa os 3000 m. “Um sonho que eu ainda quero realizar, acompanho essa prova a mais de três anos e hoje tenho um cão, com o qual faço dupla nas corridas, juntos temos tempo para ficar entre os 10 nessa prova e até no campeonato mundial, mas falta um apoio para ir para Europa correr”, conta o treinador.
O canicross é muito democrático em termos de cães que podem participar das provas, não existe restrição, porém algumas raças não são indicadas por apresentarem limitações quanto a atividades físicas. “Os cães braquicefálicos (como o Pug, Buldogue Inglês, Buldogue Francês, Boston Terrier, Boxer) não podem fazer práticas muito intensas, pois possuem uma conformação de focinho que torna o trato respiratório mais curto e comprimido, dificultando a respiração e oxigenação adequada para uma atividade de alto esforço”, explica o veterinário.
Um cão atleta de canicross treina como um corredor humano: tiro, intervalado, subida, treino na areia fofa, tiro na areia fofa, natação e fortalecimento para diversificar os treinos. “Existem as raças que tem melhor performance no canicross, normalmente se destacam os cães de caça e principalmente os cães de aponte: Braco Alemão, Pointer Inglês, Weimaraner entre outros”, conta Willian.
Last modified: outubro 27, 2017