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Canoa Havaiana: saiba como tudo começou

Redação Webventure/ Rafting e canoagem

A modalidade foi usada em uma etapa de corrida de aventura  em Angra dos Reis (RJ). (foto: Camila Christianini/Webventure)
A modalidade foi usada em uma etapa de corrida de aventura em Angra dos Reis (RJ). (foto: Camila Christianini/Webventure)

Se você ainda não ouviu falar em canoas havaianas, prepare-se! Elas estão invadindo as praias do litoral paulista e prometem ser uma nova sensação para os amantes da prática esportiva ou mesmo para os curiosos.

Pouco conhecida no Brasil, a embarcação chega a assustar. Toda de madeira, tem 14 metros de comprimento, apenas 50 centímetros de largura, noventa de altura e acomoda seis remadores. E mesmo pesando 180 quilos, pode chegar a uma velocidade de 17 km/h.

Elas existem há três mil anos, e antigamente eram usadas para transportar aventureiros que saiam em busca de novas terras para colonização. São consideradas objetos sagrados e só tocam as águas depois de passarem por uma série de rituais, desde o momento em que começam a ser construídas.

Tanta adoração também acontece por aqui. A primeira canoa havaiana chegou no Brasil em setembro de 2000, depois de muita luta. Fabio Paiva, um dos mais consagrados canoístas do país, 15 vezes campeão brasileiro de rafting e o primeiro a levar o título de campeão brasileiro de canoagem estava na Espanha, participando de um campeonato, quando viu, pela tv a cabo, uma competição de canoas no Havaí. “Tinha que trazer a canoa havaiana para o Brasil de qualquer jeito”, pensou Paiva.

Desde então, ele entrou em contato com algumas organizações no Havaí, mas não obteve boas respostas. Foi quando juntou forças com colegas canoístas e conseguiu trazer uma canoa desmontada para o Brasil, a qual ele assumiu o compromisso de montar em sua fábrica de caiaques, em Santos. Assim, surgiu a primeira canoa havaiana em águas brasileiras.

Hoje já são 42 canoas havaianas espalhadas por todo o Brasil, mas feitas de fibra de vidro, por questão ambiental. O rápido crescimento do esporte fez com que em 2001 ocorresse o primeiro Campeonato Brasileiro de Canoas Havaianas. “A principal lição que a canoa havaiana nos passa é que temos que treinar a convivência com as pessoas, com sinergia total. Pois a canoa só anda devido a um grupo e se todos estiverem bem entrosados”, diz Paiva.

“Além disso, é um esporte que possibilita travessias que antes só poderiam ser feitas a pé ou de bicicleta e tem uma fácil adaptação para remar, já que a posição exigida dentro da canoa é extremamente confortável”, completa. Por esses e outros motivos a remada em canoa havaiana já foi usada como modalidade em corridas de aventura como o Circuito Ecomotion etapa Angra dos Reis e Ultimate Adventure – etapa Camburi.

Já existem 12 bases de canoas havaianas no Brasil. Base é a “garagem”, o “porto” das canoas em diversas regiões. Segundo Fabio Paiva, os responsáveis por cada base estão trabalhando dentro da filosofia que o esporte exige, o que acarreta sucesso em sua prática.

E quem acha que aqui no Brasil as canoas não passam por cerimônias, está enganado. O batismo é exatamente igual ao que acontece no Havaí, garante Paiva. E além de todo o charme que traz a canoa havaiana por onde ela passa, ainda proporciona contato com a natureza, alívio de estresse e tudo de bom para quem quiser experimentá-la.

Onde praticar

  • Bases em São Paulo: Santos (Clube de Regatas); Bertioga (Center Jaguareguava), Juquehy (Hotel Canto de Juquehy); Ilhabela (Hotel Pelicano); São Paulo capital (Represa de Guarapiranga, Raia da USP Clube Paulistano e Clube Espéria).
  • Rio de Janeiro: Praia Vermelha
  • Brasília: Lago Paranoá
  • Florianópolis: Lagoa da Conceição

    Como praticar
    Para conhecer melhor o esporte, você deve entrar em contato com uma das bases e agendar uma aula. O Clube de Regatas, em Santos, primeira base de canoas havaianas no Brasil oferece aulas vip todos os sábados, ao meio-dia, no valor simbólico de R$ 5,00, com instrutores especializados.

    Este texto também está publicado na revista Sport Life, edição 27, de março/2004.

    Este texto foi escrito por: Camila Christianini

    Last modified: março 22, 2004

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    Redação Webventure
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