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Capitão da Central Sul diz que vitória no Campeonato Brasileiro foi por mérito


Equipe Central Sul (foto: Divulgação)

A história se repete: em 2000, a equipe Ativa venceu o Brasileiro de Rafting que aconteceu em Piraju (SP), às margens da usina do rio Paranapanema. A equipe era composta por instrutores de rafting e trabalhadores comuns, que treinavam no rio Itajaí-Açu, em Apiúna (SC), após o expediente comercial. O equipamento em uso não era de ponta, nem profissional de competição tampouco, mas traziam no seu íntimo a força dos rios nervosos no sul do país.

Na semana passada (19/6), a equipe Central Sul, de Três Coroas (RS), venceu 18 equipes que participaram do brasileiro da modalidade com as mesmas dificuldades sofridas pela Ativa Rafting há cinco anos. A história é semelhante porque, apesar da atividade comercial do rafting estar mais forte, não é o bastante para proporcionar melhores condições de treino e equipamentos para os garotos de braços fortes.

Para Enio Winkler, proprietário da Central Sul e capitão do time, que opera no rio Paranhana, o resultado da competição é a prova de que a equipe continua ainda em forma. Para quem vê de fora, é a garantia de que Três Coroas consagra-se mesmo como a capital dos atletas de corredeira: Enio compete em canoagem slalom há 18 anos e a cidade também é berço do campeão brasileiro da modalidade, Gustavo Selbach.

Treinos no fim do dia – “Alcançamos nosso objetivo apesar de ter pouco tempo para treinar”, orgulha-se Enio. Para ele a equipe buscou a vitória junta, com mais garra, pois sabiam que as outras equipes estavam treinando forte para conquistar o título, que daria a vaga para o Mundial – disputado em outubro próximo no Equador.

Enio argumenta que sua equipe tinha menos vantagens que outras, pois usavam o mesmo equipamento da descida comercial, de clientes. Ou seja, não tinham bote competitivo. “Mas não nos abalamos; confiamos na experiência que temos como canoístas e de outros campeonatos”.

Ele explica ainda que os competidores da Central Sul só conseguem treinar no fim do dia, duas vezes por semana. Esses atletas trabalham nas fábricas de calçados da cidade e depois do expediente treinam no trecho de cidade do rio, que tem menos de um quilômetro. No fim de semana, conseguem descer o rio Paranhana, com 10 quilômetros em 50 minutos, de nível II e III.,

“Acreditamos em nossa capacidade e conseguimos conquistar pela terceira vez o título brasileiro. Queremos representar o Brasil da melhor forma pois já conhecemos como funcionam os campeonatos e dos seis atletas da equipe cinco já representaram o Brasil, ou em Olimpíadas e campeonatos mundiais através da canoagem”.

Agora, Enio e sua equipe vão partir em busca de apoios e patrocínios para viabilizar a ida para o Mundial. O atleta e empresário informa o gasto da equipe para disputar a prova no Equador: 25 mil reais. Eles ainda não têm patrocinador.

Este texto foi escrito por: Cristina Degani