Brasileiro Carlo Collet faz história (foto: Tom Papp/ www.webventure.com.br)
Mais do que participar do Rally Dakar, independentemente da classificação, o brasileiro Carlo Collet já entra para a história. Ele será o primeiro piloto a representar o país na modalidade Quadriciclo no maior rali do mundo.
A prova na América do Sul aproximou o Dakar do experiente piloto. Pentacampeão do Rally dos Sertões em oito participações, ele compara as duas provas e se diz tranqüilo para a disputa na Argentina e no Chile.
Eu estou encarando como um Sertões maior. E como já fiz muitas provas no Atacama e na região que será o Dakar, não estou tão apreensivo como estaria se a prova fosse na África, disse Collet em entrevista ao Webventure. O Rally Dakar terá quase dez mil quilômetros em mais de 16 dias de competição. Já o Rally dos Sertões teve pouco mais de 4.000 quilômetros, em junho deste ano, e foi finalizado em dez especiais. Mas não deixo de estar apreensivo, obviamente. Mas eu estou muito bem preparado e meu equipamento também, então não terei muitos problemas para terminar a prova, completou.
Os adversários de Carlo Collet serão alguns já conhecidos. O empresário do ramo de blindagem já conhece um piloto em especial, o argentino Marcos Patronelli Não conheço muito bem todos os outros pilotos, que sempre fazem o Dakar, mas o Marcos corre todos os anos uma prova na Argentina chamada Enduro Del Verano, em que largam cem quadris e ele é tricampeão da prova, ou seja, ele é bom, disse rindo.
A parte física deixa Collet tranqüilo para finalizar todas as especiais do Dakar, porém o ponto que ele ressalta certo receio e cuidado maior é com uma especial em que os pilotos correrão mais de 150 quilômetros acima dos quatro mil metros de altura. Essa é a única coisa que me deixa apreensivo, confessa.
Países vizinhos – A proximidade do Chile e da Argentina com o Brasil promoveu muitas facilidades para diversos pilotos brasileiros correrem o Dakar, e Carlo Collet é um dos privilegiados com a vinda do rali para a América do Sul.
O bacana é que facilitou para nós por causa da língua e dos custos, que diminuíram. Mas a dificuldade eu acho que será maior que na África, para não parecer que saiu de lá e veio para a América do Sul e facilitou, prevê.
Para Carlo, os ralis de quadriciclos estão ganhando cada vez mais espaço no cenário brasileiro de off-road. No Brasil não há muita gente preparada para fazer provas longas de quadri, já que é muito desgastante, e isso é causado também por ser uma prova nova. O europeu já tem mais esse hábito. O Dakar mesmo vai ter cerca de 30 quadriciclos, mas eu percebo esse mercado em crescimento no Brasil, avaliou.
Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi