Prova de bike percorreu mais de mil quilômetros em quatro dias (foto: Caio Martins/ www.webventure.com.br)
Direto de Jericoacoara (CE) – Se para os competidores dos veículos motorizados o Rally Piocerá já é um desafio enorme, para os atletas do mountain bike conquistar uma prova como a que aconteceu entre os dias 25 e 29 de janeiro é uma superação. Para chegar aos seus objetivos, nada melhor que ter ao lado alguém importante. Esse foi o caso do casal pernanbucano José Ivanildo e Renata Rodrigues, que conquistaram, respectivamente, os títulos de campeão das provas masculina e feminina.
Eu diria que a prova foi dura, mas muito gratificante. Eu seria muito injusto de falar que ela não foi gratificante porque eu tive o prazer de liderar o pelotão de elite e conseguir ser campeão na minha categoria (Over 40) e na geral. Então, se eu pudesse descrever a emoção que eu sinto seria muito bom, mas esse momento não tem como descrever. Nós precisamos sentir, disse Ivanildo.
Apesar de ter sido soberano durante quase todo o rali, o atleta de MTB dedicou sua vitória a todos os competidores da disputa. Isso porque, segundo ele, qualquer um que conseguiu cruzar e superar os duros percursos do Piauí, Maranhão e Ceará é um verdadeiro vencedor e merece um pedacinho do título.
Eu gostaria que todos os que estão aqui terminassem o evento lisongeados por participar de uma prova como foi o Piocerá. A dureza da trilha termina quando você termina bem. Se você desistir, então você perdeu para a dureza. Se você consegui finalizar, você é uma grande vencedor porque conseguiu atropelar qualquer obstáculo, explicou.
Maior inimigo – Foram mais de mil quilômetros percorridos em quatro dias se levadas em considerações as distâncias das especiais e os deslocamentos. Mesmo precisando de muito preparo, de acordo com Ivanildo, a maior dificuldade na prova de 2011 foi psicológica e não física.
O mais difícil foi controlar a ansiedade. Ou você controla a ansiedade ou você faz besteira e acaba usando mais a força bruta, que não resolve. Você precisa controlar a cabeça, o que não é fácil, porque você fazer um rali desses, sair de sua casa, ficar quatro dias aqui com seu uniforme de guerra, deslocar mais de mil quilômetros e competir contra tantos competidores fortíssimos. Então, como não ficar ansioso, disse.
Para conseguir superar os desafios psicológicos, o atleta contou que sua força veio de fora da disputa. As pessoas que acompanham o evento de fora são tão campeãs quanto qualquer um que está competindo. Eu acho que o apoio do público acaba nos trazendo uma energia para nos superarmos. Se eu estivesse fazendo um rali isolado, não teria motivação. Então, é mais do que fundamental esse apoio ter as pessoas te aplaudindo e te chamando de guerreiro. Quando elas saem de suas casas para nos acompanhar, elas jogam suas almas para cima de nós e nós conseguimos vencer e alcançar um resultado como eu consegui. Então, a vitória também é delas, afirmou.
Este texto foi escrito por: Caio Martins