Boato ou verdade? Há uma semana, a história de que Márcio Ravelli já havia sido escolhido pela Confederação Brasileira de Ciclismo como o representante nacional do cross-country nas Olimpíadas de Sydney, cancelando a anunciada seletiva, causou rebuliço no mountain bike. Mas tanto a CBC quanto a Scott, equipe de Ravelli, negam o acordo.
Em entrevista à Webventure, o presidente da Confederação, José Carlos Breve, o Passarinho, afirmou que “a vaga ainda não tem dono” e prometeu a seletiva. “Só esperamos a verba do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para saber se vai ser possível fazer a seletiva que gostaríamos: mandar os três melhores bikers do Brasil para etapas da Copa do Mundo. Quem tiver o melhor desempenho, vai aos Jogos.” Por ‘melhores bikers’, segundo Passarinho, entenda-se Ravelli, Abraão Azevedo e Ivandir Souza Santos.
Pressa – A outra opção seria fazer uma prova única, no Brasil, para definir o atleta olímpico. “Não dá para esperar o campeonato Brasileiro terminar”, adverte Passarinho. Nesta edição, como a sede será a Austrália, as Olimpíadas acontecerão em setembro, provavelmente um mês antes do Brasileiro – as datas ainda não foram fechadas pela CBC.
Apesar de desmentir a garantia da vaga de Ravelli, a Scott vê que esta é a melhor opção, já que há pouco tempo para a preparação visando Sydney. “Se a vaga for confirmada para ele, vamos tirar o Ravelli do Brasileiro e ele vai treinar só visando os Jogos”, avisa Giancarlo Clini, manager da equipe. “Mas sabemos que outras equipes também têm a expectativa de que seus atletas batalhem pela vaga, por isso o que temos é a promessa da seletiva.”
Mágoa – Entre os que contam com a oportunidade de ir a Sydney, Abraão, da Specialized/Amazonas, é um dos candidatos mais fortes e o mais irritado com os boatos em torno de Ravelli. “Se a vaga fosse decidida sem seletiva, eu seria o dono”, diz. “Afinal, ela foi conseguida pelo nosso desempenho no Pan-Americano da Colômbia no ano passado. Eu fui o brasileiro mais bem colocado (9º lugar)”.
Abraão ainda guarda traumas da primeira seletiva olímpica, em 96. “A CBC decidiu levar só o Ravelli e o Ivandir. O critério? A colocação deles no Mundial de 95… Só que ninguém tinha avisado que a competição valeria para definir quem iria aos Jogos”, desabafa. “É uma incoerência chegar a essa decisão basendo-se em resultados passados.”
Este texto foi escrito por: Luciana de Oliveira