Chefchaouen: conheça a cidade azul do Marrocos

Gabriel Gameiro/ Destino Aventura

No meio das montanhas está Chefchaouen, uma cidade azul que brilha no Marrocos desde 1471. Situada ao norte do país, é também chamada de Xexuão, Barraxe e Barraxá. Com clima tranquilo e construções simples, se destaca por seus contrastes de cores, tendo sempre o azul como pano de fundo. Foi fundada pelo povo berbere para barrar a expansão dos portugueses no continente africano essa fortaleza virou refúgio do povo judeu e de povos mouriscos nos dois séculos seguintes. Foi nessa época, com a retomada espanhola, que a cidade de Chefchaouen começou a ganhar fama que a faz tão peculiar e exclusiva nos dias de hoje.

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As casas se espalham entre vielas que parecem formar um labirinto infinito e da mesma cor do céu. A cultura local de Chaouen, como é chamada pelos habitantes, é vista até nas vestimentas. As vestes tradicionais das mulheres são únicas, elas se vestem em tons de azul e uma colcha de riscas azuis e vermelhas em baixo como saiotes. Nos bordados das oficinas de artesãos, especializados em tecelagem, cestaria e cerâmica o azul também é a cor principal. A praça da cidade, chamada de Uta al-Hamman, está cheia de arte, restaurantes e o famoso chá com menta marroquino.
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Caminhar, fotografar e explorar o enorme labirinto de vielas e ruas azuis é a grande pedida nessa linda cidade marroquina. Parece que o pequeno vilarejo está localizado no céu. Chefchaouen é um dos destinos mais visitados do país. O turismo contemplativo é o principal produto turístico dessa cidade única. Visitá-la é ter a oportunidade de fotografar imagens deslumbrantes das montanhas que a cercam.
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O queijo de cabra ajuda a mover a economia local, o turista pode visitar pequenas chácaras na região que produzem este queijo. Outro ponto exclusivo é a tranquilidade rara de se encontrar nas antigas vilas muradas do mundo árabe. Mas o que faz os turistas lotarem a cidadezinha no norte do Marrocos é mesmo o conjunto de construções de cal e tinta azul que dão vida ao enorme cenário das ruelas do centro histórico.

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Mas de onde surgiram as casas e construções azuladas? A verdadeira história é que os judeus começaram a pintar as casas para preservar uma antiga tradição. Os corantes azuis, derivados de caracóis e mariscos, tingiam as vestes dos reis do Antigo Testamento. Logo, a cor azul tornou-se uma referência sagrada para a cultura religiosa. Hoje, esse misticismo e fé podem não ser mais tão presentes na vida desses moradores, mas eles mantém a tradição.

 

Last modified: novembro 14, 2018

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Gabriel Gameiro
Gabriel Gameiro
Estudante de jornalismo, que caiu no mundo dos esportes por acidente e com o tempo aprendeu a amar. Gosta do que faz e apesar de ainda não ser um corredor ama fazer spinning e cobrir corridas.