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Cidade da Guatemala – Toluca (México) 1110 km

Redação Webventure/ Parceiros

Jorge Cornish com Gérard  Toluca (foto: )
Jorge Cornish com Gérard Toluca (foto: )

5 de julho : Cidade da Guatemala – Tapachula (México) – Toluca. 1110 km

Guatemala – Tapachula 200 km, 1½ h. Toluca 910 km 6¼ h. Sem planeio. Foi o vôo mais desafiante até agora.

A saída foi às 07h30 hora local, num dia bonito, com vento forte e bastante turbulência na subida. Saí com os tanques principais cheios e apenas um pouco de combustível nos tanques traseiros, pois ainda estou adquirindo experiência em decolar com o Ximango em altitude. Devido ao peso que tinha a bordo, não pude subir em rota por causa das montanhas. Então, segui o vale até a costa, passando próximo ao vulcão Água.

Primeiro destino: Tapachula, cidade fronteiriça mexicana a apenas a 200 km. As condições meteorológicas talvez não me permitam alcançar meu principal destino, Toluca (próxima à Cidade do México) de uma só vez. Era aconselhável fazer logo a alfândega no caso de precisar pernoitar em outra cidade pelo caminho. Tapachula estava muito quente, nenhum vento. Levei 45 minutos para os tramites de entrada no país. Nada mal.

Após a decolagem, consegui avistar os picos da Sierra Madre se estendendo até o horizonte, coberto por nuvens não muito altas. Assim que passei a base militar de Ixtepec, cruzei no ar com dois caças de combate (acho que eram Pumas) e fiquei apreensivo de estar em lugar errado. Na dúvida, confirmei minha posição ao controle de Ixtepec, mas ninguém parecia preocupado. Os Pumas voltaram, passando ao meu lado a menos de 1.000 metros. Suponho que era apenas curiosidade. O barulho foi infernal.

No través de Oaxaca, a camada de nuvens abaixo fechou completamente. No decorrer do dia, a base das nuvens subiu e comecei a me preocupar se poderia manter condições visuais. Voando a 13.000 pés, precisei lutar para ganhar algumas polegadas de altura sem perder velocidade. Procurei desesperadamente por um buraco na camada. Por duas vezes, tentei uma descida em espiral com o freio aerodinâmico acionado mas as nuvens fecharam o caminho. Segundo o rádio de Oaxaca, Toluca estava overcast a 1.500 pés AGL. De repente, senti um desejo forte de estar abaixo da camada. Quando faltavam 90 minutos, encontrei um buraco para a descida. Ufa!

Ao me aproximar da Cidade do México, me lembrei que o melhor caminho para Toluca era por um vale ao sul. As nuvens sumiram. Sobrou a neblina. Apesar de estar apenas a 5 milhas da pista, não consegui avistá-la. A Torre pediu que reportasse na perna do vento para pista 15, mas o chiado do rádio atrapalhava muito. Perguntei cinco vezes se o circuito de tráfego era pela direita ou pela esquerda, sem obter resposta. De repente, a Torre me deu a ordem de fazer uma curva imediatamente para a direita. Cumprindo a ordem à risca, cruzei a pista 15 logo em frente de um jato HS-125 que estava decolando. Discutimos no rádio. Eu disse que tinha solicitado 5 vezes a informação sobre o circuito. Ele retrucou que meus rádios eram ruins. Seria a primeira vez que não consegui falar com uma Torre a meras 5 milhas de distância. Tenho a bordo os melhores rádios da Garmin. Jorge Cornish, amigo, piloto e colega Earthrounder, me esperava no hangar da MultiAir. Pelo rádio portátil, ele ouvira claramente minhas perguntas à Torre e confirmou que os rádios estavam funcionando perfeitamente.
Era meu primeiro pouso no Ximango à alta altitude 8.450 pés (2.570 m) e foi super tranqüilo. Agora, vamos ver como será a decolagem! Hoje foi, sem dúvida, o vôo mais difícil da viagem. Jorge, percebendo minha cara de fome, me levou às pressas para um restaurante onde tomamos umas Coronas para acalmar os ânimos…

Este texto foi escrito por: Margi Moss

Last modified: julho 5, 2001

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