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Clinica de vela dá a emoção da primeira velejada

Redação Webventure/ Vela

Bússola na frente do timão (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
Bússola na frente do timão (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)

Direto de Ilhabela – Ao sair de um veleiro, depois de velejar pela primeira vez, o que mais encantou Viviane da Silva foi que “apesar do que pensava, a Vela não é aristocrática, qualquer um pode fazer”, disse a professora. Hoje foi o dia dela virar aluna, na clínica no estande do ABN AMRO na Semana de Vela, ministrada pela escola BL3.

Após uma rápida orientação de nomes e dos princípios da vela, os 14 alunos se dividiram em dois veleiros para aprender na prática a arte de velejar. Um dos veleiros foi tripulado pela imprensa que cobre o evento.

Ao chegar no veleiro de 44 pés, um moderno barco de cruzeiro, o instrutor e comandante Bruno Rodrigues logo se apresentou, assim como mostrou todas as partes do veleiro. A tripulação inexperiente logo foi dividida em todas as funções de um veleiro de competição. “Cada função é independente, mas todas são interligadas”, explicou. Entrosamento é fundamental a bordo, além de um bom comando.

A velejada – De todos os dias da Semana de Vela, hoje foi o que amanheceu com mais vento, o anemômetro – aparelho que mede a velocidade do vento – chegou a marcar 16 nós. Na orientação em terra, foi explicado as manobras e a posição da vela para as três direções de vento em relação ao barco: de frente (proa), por trás (popa) ou de lado (través).

Com o vento Leste, o veleiro navegou de través durante toda a manhã. Para isso é preciso levantar duas velas, a Mestra – presa ao mastro do veleiro -, e a Genoa, em um cabo na proa. Assim que as velas receberam a primeira rajada de vento o barco adernou (entortou) e ficava sob a responsabilidade do timoneiro manter o barco no rumo desejado.

Pelo canal de São Sebastião, no sentido Norte, até a Ponta das Canas, o vento Leste entra de frente no veleiro. A navegação contra o vento é feita em “zigue-zague”, já que nenhum veleiro segue diretamente contra o vento. Colocando o barco um pouco de lado, o vento passa pelas velas e o barco é puxado contra ele, na mesma lógica de uma asa de avião.

Para chegar no objetivo, é preciso paciência no contravento, cada mudança de percurso é chamada de bordo. Os veleiros fazem vários bordos em zigue-zague até chegarem no ponto desejado. Com o vento soprando de trás do veleiro, na popa, abre-se a vela Balão, que permite um percurso em linha reta até o objetivo e aumenta a velocidade.

Para fazer um bordo é preciso que todos no veleiro assumam suas funções. O timoneiro segue com o rumo certo enquanto os trimers caçam ou soltam as velas, para poderem mudar de lado. O secretário libera o curso dos cabos nos “stops” e o proeiro cuida para que nada aconteça de errado na passagem das velas, e auxilia se precisar subir ou descer alguma delas.

Todo esse processo dura no máximo um minuto a bordo, e são nesses detalhes que muitas regatas curtas são decididas. As funções precisam ser coordenadas e o skipper comanda todos os processos no veleiro.

Para velejar é preciso entrar em um mundo novo. O solo é trocado pelo mar, os motores pelo vento a maioria das palavras usuais são deixadas de lado. Veja alguns dos processos e nomenclaturas a bordo.

Partes do veleiro – A frente do veleiro é a proa, a traseira é chamada de popa. A parte de dentro é a cabine, onde tem cozinha, banheiro e dormitórios na maioria dos barcos. A região onde os tripulantes ficam enquanto velejam é o convés. A vela Mestra sobe pelo Mastro a apóia na Retranca. A vela da frente do veleiro chama-se Genoa. O contrapeso, que resiste à força lateral do vento, é a quilha, que também assegura que o veleiro não vai capotar.

Ventos – De través, quando incide lateralmente no valeiro. Para velejar nessas condições é preciso deixar a vela à 45o. De proa, quando ele chega de frente no barco, é o contravento. Para se velejar assim é preciso ir em zique-zague, na diagonal em relação ao vento. De popa, quando o vento vem de trás do veleiro, abre-se o Balão e o barco pega mais velocidade. O lado de onde vem o vento chama-se Barlavento e para onde ele sopra, Sotavento.

Instrumentos – Os principais instrumentos para a navegação são o timão ou Roda de Leme, que dá a direção do veleiro. As Catracas apertam ou soltam as velas, e os Stopers garantem que os cabos não corram.

Este texto foi escrito por: Daniel Costa

Last modified: julho 14, 2005

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