Clube defende a escalada sem oxigênio suplementar (foto: Ricardo Leizer/ www.webventure.com.br)
Reunindo fundadores, simpatizantes e praticantes, no último sábado, dia 30 de maio, o Clube Alpino Paulista (CAP) celebrou os cinqüenta anos da entidade (fundada em 26 de maio de 1959) em São Paulo com palestras e bate-papos informais. O evento contou com a presença do casal Paulo e Helena Coelho, Carlos Comensaña (escalador argentino) e Sergio Kunstmann (Chile), e também do fundador do clube, Domingos Giobbi.
Sérgio Robles, atual presidente do CAP ressalta que a importância da participação dos membros do clube é de inspirar os novos e antigos praticantes. É inspirador tê-los aqui, ficamos com o exemplo de que é possível escalar montanhas de gelo, entre outras montanhas. Hoje temos certeza que, apesar dos 50 anos, a importância do clube é de ser referência da modalidade no Brasil, declarou o dirigente que explicou que a origem do clube é diferenciada em relação a outras entidades no país, voltadas para o excursionismo.
Estou contente com os 50 anos. Quando fundei o clube era o único que queria uma entidade em estilo europeu, voltado para escaladas em rochas e gelo. Os outros membros desapareceram após uns dois meses e fiquei sozinho. É preciso ter dedicação, conhecimento do que está fazendo. É um sacrifício voluntário que é necessário para dar certo, revelou Giobbi, fundador da entidade.
O Clube Alpino Paulista tem por ideologia a escalada em montanhas sem o uso de oxigênio suplementar, bastante defendido pelos atuais e antigos membros. Existe uma diferença muito grande entre escalar uma montanha oito mil com oxigênio; escalar um Everest, por exemplo, com oxigênio a razão de 4 litros/minuto equivale, em termos de esforço físico, a subir o Aconcágua sem oxigênio. De certa maneira, é como se estivesse roubando. Se não tem a malícia, preparo físico e psicológico, para que arrumar uma ajuda de fora. Nossa cultura no clube é de não usar oxigênio declarou Robles.
Palestra – Helena e Paulo expuseram grande parte de suas aventuras, desde o início no Centro Excursionista Universitário da Universidade de São Paulo. Apesar de todas as montanhas que já escalaram, o único desafio que ainda falta para o casal é conquistar o cume do Everest sem auxílio de oxigênio suplementar.
Quando começamos, o desafio era a falta de informação, de equipamentos; mas isso acabou melhorando nossa qualidade técnica e o incentivo de todos do Clube Alpino Paulista cresceu e nos fez querer mais, disse Helena.
Domingos Giobbi logo após a palestra, não escondeu a felicidade com a presença do casal e afirma a credibilidade do CAP. Com o tempo, dei aula para muitos alpinistas e hoje com essa celebração mostra que o clube não deixará de existir. Tem pessoas boas, com nível intelectual altíssimo, mas muito dedicado e com talento. Hoje o clube é eterno.
Este texto foi escrito por: Bruna Didario
Last modified: junho 1, 2009