Estratégia rendeu bons resultados (foto: David Santos Jr/ www.webventure.com.br)
Deco Muniz, navegador e diretor de prova do RallySP, faz uma análise do penúltimo dia de Rally Dakar e destaca a estratégia da equipe Volkswagen.
Décima terceira especial e Giniel de Villiers e Dirk Von Zitzewitz estão a apenas uma etapa de realizar o sonho de vitória da Equipe Volkswagen no maior rali do mundo. Numa corrida muito conservadora, sem correr riscos desnecessários, eles fizeram somente o 8º tempo do dia, mantendo assim a ponta na classificação acumulada.
Conforme esperado (e previsto ontem), a Volkswagen decidiu fazer jogo de equipe para garantir o titulo. Três quilômetros após a largada, De Villiers e Milller – os dois primeiros carros a largar -, ficaram parados no trecho, aguardando a passagem do terceiro Tuareg, pilotado pelo alemão Dieter Depping, que largou hoje na 4ª posição. A partir daí, os três seguiram em comboio, para garantir que os dois líderes da prova concluíssem a especial sem maiores problemas.
Por conta da estratégia, Mark Miller/ Ralph Pitchford seguiram como fiéis escudeiros de De Villiers/ Zitzewitz, ficando com o sétimo tempo, exatamente dois minutos a frente do companheiro de equipe. Depping/ Gottschalk ficaram quatro minutos a frente de Milller. Dentro da estratégia adotada pela equipe, os três carros devem seguir sempre juntos dentro da especial.
Com o jogo de equipe da Volkswagen, Robby Gordon e Andy Grider, deixaram escapar a oportunidade para conquistar a primeira vitória da dupla em especiais nesta edição do Dakar. A dupla teve problemas e marcou somente o 16º tempo de hoje. A menos que alguma catástrofe aconteça amanhã, eles devem terminar a prova em 3º lugar na classificação geral, o que seria uma grande vitória para uma equipe privada, que não tem a mesma estrutura das equipes de fábrica como VW, BMW e Mitsubishi.
Os vencedores do dia foram Nani Roma e Lucas Cruz Senra, que após os problemas mecânicos e elétricos de ontem, fizeram uma ótima prova, garantindo mais uma vitória em especiais para a Mitsubishi. Destaque também para a segunda colocação do dia do polonês Krzysztof Holowczyc que ao lado do navegador belga Jean-Marc Fortin, correm a Nissan Navarra de numero 317.
Maior estrutura do rali – Aliás, a que se destacar o empenho da Volkswagen para lutar por esta tão sonhada vitória. A estrutura da equipe impressiona pelo tamanho e pelos números: são onze caminhões que fazem parte da equipe de assistência. Os peso-pesados são responsáveis pelo transporte de 50 toneladas de material e equipamentos utilizados ao longo das duas semanas de prova.
Deste total, três caminhões são concorrentes da prova, fazendo o papel de apoio rápido aos Race Tuareg. As regras do Dakar dizem que quando um veículo de competição deixa o bivouac (parque de apoio) na manhã de cada etapa, a sua assistência só poderá ser feita por outro concorrente participante da prova.
Fechando essa estrutura móvel, a VW tem ainda oito veículos de assistência, entre Touaregs V6 TDI e furgões Transporter 4MOTION, ligeiramente modificados para este tipo de terrenos. São estes veículos que colocam grande parte dos mecânicos, engenheiros, pessoal de logística e restantes da equipe no final da etapa, horas antes da chegada dos Race Touareg. A estrutura impressiona.
Desempenho dos brasileiros – Jean Azevedo e Youssef Haddad fizeram uma prova sem problemas hoje, garantindo o 15º melhor tempo do dia. Na classificação acumulada aparecem no 24º lugar.
A dupla Paulo Pichini/ Lourival Roldan, aparecem na 55ª posição no último controle, 67 km antes da chegada da especial.
Só falta uma. Amanhã a capital argentina ficará um pouco mais azul…
Este texto foi escrito por: Deco Muniz