Webventure

Coluna do Eliseu: Escaladas no Morro do Couto


Croqui da via (foto: Arquivo pessoal/ Eliseu Frechou)

O Morro do Couto é a primeira montanha que o visitante alcança logo após a entrada no Parque Nacional do Itatiaia. Esta montanha tem mais de 5 km de comprimento, sendo que a estrada de acesso ao Abrigo Rebouças a margeia por quase toda sua extensão.

É muito bonita a vista do seu topo a 2680m de altitude, que com 360 graus, dá visão de quase todos os atrativos de montanha do Planalto do Itatiaia, da Serra Fina, montanhas do vale do Paraíba e Serra do Mar.

Lá de cima, de frente para o vale do Paraíba, se vê na esquerda, na mesma crista da montanha, as Prateleiras e no valezinho também à esquerda a pedra da Tartaruga, na qual você seguindo uma trilha nesse mesmo sentido que esta visualizando, faz-se uma travessia muito bacana, a travessia Couto-Prateleiras. Tem que ter experiência em montanhismo, e tomar bastante cuidado, porque essa trilha esta pouco demarcada, apesar de ter alguns totens no meio do caminho. O melhor é contratar um guia que conheça o local.

Do topo mais baixo, o da direita, no qual tem a antena menor, temos a visão da Serrilha dos Cristais ou Agulhas do Couto, nome mais conhecido, onde tem umas torres de pedra. Lá de baixo na estrada que desce para a Dutra, sentido Rio de Janeiro, você pode visualizar as torres da serrilha perfeitamente, tendo como referência uma antena, que não é essa pequena que tem no topo, e sim a grande que fica no morro a frente. Na direita da antena segue as torres de granito, da Serrilha dos Cristais, e mais a direita é o Pico das Prateleiras. Do topo do Agulhas pode-se visualizar também.

Conquistas – Ainda há potencial para muitas conquistas, mas se pretender conquistar alguma linha, comunique o Parque e preste atenção às regras de mínimo impacto.

O local conta com ótimas vias esportivas de aderência, variando de IV grau até IX grau. Bem protegidas e na maioria com chapeletas, tendo algumas que se deixar fitas de abandono pro rapel ou podendo também descer andando do topo de algumas das rotas dando a volta por cima.

Já conquistadas, são mais de 50 rotas, tendo rotas em móvel, linhas de boulder, mas a maioria são rotas esportivas grampeadas. As vias variam de 8m a 50m. Com uma corda de 60m, 12 costuras, fitas de variados tamanhos, inclusive algumas pra abandono, você tem diversão para um bom tempo.

O acesso ao Couto, passa pela área de Furnas, já no Planalto do Parque. Passe pelo Posto 3, onde se paga o ingresso de entrada na área de montanha e logo à frente, haverá uma placa escrito “Microondas” e a direita, é a estrada que vai para o Couto. Logo você verá uma casa onde fica o pessoal de Furnas, onde há também uma guarita. Peça autorização, pois existem restrições para subir os dois quilômetros dali até a boca da trilha de carro. Para evitar transtornos, suba a pé. Uns 15 minutos de caminhada depois, verá as paredes a sua direita. Saia da estrada seguindo a trilha a direita que vai em direção as paredes. Você já estará vendo a montanha, siga em direção a ela pela trilha mais usada. Até a base das vias são mais 20 minutos de caminhada leve. Para ir ao topo, é só seguir pela base das vias, contornando a montanha até que a trilha o levará para a direita, numa série de lages de pedra que passam por uma antena e de onde já se avista perfeitamente o trepa-pedra que o conduzirá ao cume.

Localização geral dos setores de escalada:

  • A – Topo
  • B – Setor esquerdo
  • C – Campo-escola Luiz Fernando
  • D – Parede da direita

    Ao lado, o croqui da parte esquerda do Paredão Luiz Fernando, a parede mais “popular” do Morro do Couto:

    Campo-escola Luiz Fernando
    1) Ôrra meu IV
    Alexandre Cymbalista, Luiz F. Silva Jr. e Maru Chacur. 98.
    O Rapel é desnecessário. Pode-se descer pela esquerda do topo da via.

    2) Gaviões da fiel IV
    Maru Chacur e Luiz F. Silva Jr. 98.
    No topo há uma chapeleta e mais um spit vazio. O rapel é desnecessário, podendo descer na caminhada pela esquerda do topo da via.

    3) Domingo no parque Vsup
    Cícero A. Vieira Neto. 97
    Esta é uma via muito bonita para iniciantes, mas suas chapeletas foram roubadas e ela está desequipada atualmente.

    4) Noites cariocas IV sup
    Antonio Carlos Magalhães(Tonico) e Juliano Magalhães. 06.
    Com grampos de ½. Seu rapel pode ser feito do último grampo dessa via como também pode ser feito pela malha rápida que existe na chapeleta final da Ouviram do Ipiranga.

    5) Ouviram do Ipiranga VI sup
    Maru Chacur e Luiz F. Silva Jr. 98.
    O rapel pode ser feito num mosquetãozinho de malha rapida em uma única chapa no topo dessa via, ou pode também continuar uma seqüência de 3 grampos de ½ , com lances de VI sup, no qual essa rota se denomina “ Da Zantiga”. No topo desta não tem a necessidade de se descer de rapel, podendo descer na caminhada pra esquerda. Tem um Grampo de ½ no topo.

    6) Da zantiga VI sup
    Felipe Guimarães. 98.
    É uma continuação com grampos de ½ na via Ouviram do Ipiranga. No topo desta não há necessidade de rapelar, pode-se descer caminhando para aesquerda. Tem um Grampo de ½ para os preguiçosos.

    7) Garota de Ipanema VIIa
    Antonio Carlos Magalhães(Tonico) e Juliano Magalhães. 06
    Uma linha pequena de quatro grampos de ½ .
    O rapel pode ser feito no quarto grampo, ou também seguir até o platô mais acima colocando uma fita de abandono numa das chapas da via da direita. Mas tem um gramp de ½ estratégico no topo desse platô pro rapel.

    8) Terraço Itália VIIb
    Luiz F. Silva Jr. e Cristiano Baran. 05.
    O Rapel pode ser feito na última chapeleta, com uma fita de abandono, mas também pode-se continuar pra cima sentido direita e pra cima até uma pedra grande, onde existem fendas para proteção móvel, ou tente laçar a pedra com fitas. A descida pode ser feita na caminhada pela esquerda.

    Existem muitas outras vias. Para mais informações e croquis, adquira o Manual de Escaladas e Montanhismo do Planalto do Itatiaia de autoria dos montanhistas Eliseu Frechou e Felipe Guimarães, a venda nas lojas de montanha do RJ e SP.

    Este texto foi escrito por: Eliseu Frechou