Passeio de SUP (foto: Fábio Paradise / Arquivo pessoal)
É com muita satisfação que volto a escrever para o Webventure, portal de aventura que acompanho há muitos anos e que tenho um carinho especial. Quem é das antigas sabe que ele faz parte da nossa história. E quem o conheceu recentemente pode contar com o mais experiente e completo portal de serviços, notícias e cobertura de eventos de aventura. E, desta vez, volto como praticante e amante de mais um esporte que utiliza o remo para locomoção e manobras: o stand up paddle (SUP).
De tempos em tempos surge uma novidade esportiva, alguma mistura entre duas modalidades ou algum equipamento diferente. Parte das pessoas torce o nariz, outros experimentam e só o tempo diz se a novidade pega ou se fica restrita a uma tribo de praticantes. Não cabe julgar o que é interessante ou não, quais são as dificuldades e os caminhos do desenvolvimento de um esporte, mas no caso do SUP está acontecendo uma rápida expansão, com novos adeptos por todo o mundo.
Tive a oportunidade de conhecer este esporte no final de 2010, durante uma viagem para o Havaí. Desde então, pratico a modalidade como forma de lazer e como preparo físico, seja pegando onda ou fazendo longas remadas no Litoral Norte paulista.
Assim que o stand up começou a pipocar nas praias, muita gente desconfiou, naturalmente. Mas o mundo começou a prestar mais atenção quando o surfista de ondas gigantes Laird Hamilton passou a divulgá-lo, fazendo travessias entre as ilhas do Havaí e, claro, surfando a remo também. E foi justamente neste famoso arquipélago do Pacífico que o esporte começou a se tornar popular.
Durante a minha viagem, observei que o SUP realmente é uma curtição. Vi um passeio com o cachorro em cima da prancha, um casal com idade mais avançada num final de tarde, a turistada aprendendo a surfar nas ondinhas, pais e filhos remando juntos e a moçada fazendo seus treinos de remada ou surfe.
O stand up é para todos! Tudo é uma questão de escolher o equipamento adequado ao seu tipo físico e objetivo e receber orientação de profissionais (e, claro, não esquecendo de todas aquelas questões de saúde, condição física e segurança indispensáveis na hora de começar a praticar um novo esporte).
Assim como a canoagem, o stand up paddle oferece diversas alternativas para praticá-lo. É possível fazer remadas longas ou curtas em lagos, represas ou mar (em condições adequadas de ondulação), surfar as ondas e até descer rios sim, o esporte permite essa possibilidade, atualmente mais praticada nos Estados Unidos.
Aqui no Brasil, já é possível ver muita gente nas praias curtindo as remadas em pé. As escolas de surfe também já possuem equipamentos e professores preparados para atender à demanda, que vem crescendo. As lojas de surfe vendem equipamentos nacionais, importados, novos e usados, e a mídia começa a prestar atenção no esporte.
Atletas de diversas modalidades estão migrando e incluindo o stand up como lazer, treinamento ou competição, como é o caso do campeão de windsurfe Kauli Seade e da surfista Andrea Moller, que estão se destacando nas provas de SUP. E as competições estão acontecendo em todo o país e mundo, atraindo mais atletas, que estão se especializando na modalidade.
A dica para quem quer começar no stand up paddle é procurar uma escola e entrar em contato com praticantes mais experientes. Na capital paulista, o atleta com destaque em provas nacionais e internacionais Alessandro Matero (o Amendoin) comanda um centro de treinamento da modalidade na raia da Universidade de São Paulo (USP), aberta para qualquer pessoa. Mas os polos do esporte se espalham em todo país.
Para quem já experimentou o SUP, gostou e está na fase de adquirir seu primeiro equipamento, a minha dica é a mesma para aqueles que começam na canoagem: se puder, invista em um bom remo, pois ele colabora muito para o seu desempenho e será um equipamento duradouro. Mas o remo de SUP tem uma medida específica de acordo com a altura do praticante. Portanto, não compre um sem checar qual é o tamanho certo para você. O uso de um equipamento inapropriado pode atrapalhar a sua performance e, caso ele seja muito pequeno, ocasionar lesões.
Na hora de comprar a prancha, escolha um modelo adequado à sua performance e ao seu objetivo naquele momento. Depois de conhecer mais sobre o esporte, provavelmente você vai querer mudar de equipamento. Então, este período depende da sua evolução, da condição financeira e de outros fatores. Existem modelos específicos para travessias, outros para surfe e recreação, para remadas em geral e até para as atividades como a pesca. Qualquer categoria tem grande variedade de shapes, direcionados para o biótipo, performance e objetivo desejado.
Assim, pense bem e converse com profissionais, atletas e praticantes mais experientes que possam te ajudar na hora de escolher uma prancha e… go ahead!. Valeu e te vejo aqui ou em alguma praia.
Este texto foi escrito por: Roberta Borsari